Declarações dos treinadores após o Moreirense-Desportivo das Aves (3-2), jogo da 12.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
Vítor Campelos (treinador do Moreirense): “Estávamos numa fase em que vínhamos de vários jogos para a Liga sem ganhar, apesar de termos defrontado adversários nos lugares cimeiros. Sabíamos que iríamos jogar um dérbi contra uma equipa vizinha, que tinha mudado de treinador. Entrámos ansiosos, com medo de ter bola. Depois de termos sofrido, entrámos no jogo. É certo que beneficiámos da expulsão, mas marcámos dois golos e tivemos mais situações para marcar [na primeira parte].
No intervalo, dissemos que o Aves só nos poderia marcar de bola parada. O golo do empate aconteceu assim, mas não deveria ter acontecido. Felizmente, reagimos e conseguimos a vitória, que era muito importante para nós, até pela rivalidade, muito importante para os nossos adeptos.
Estávamos a precisar de vencer, depois da eliminação com o Mafra, para a Taça de Portugal, que nos deixou tristes. A resposta era ficar com os três pontos. Temos jogadores com qualidade técnica, mas hoje houve muitos passes errados, que normalmente não se falham. Os jogadores sentiram que era necessário ganhar. Conseguimos mais três pontos para o objetivo de manter o Moreirense entre a elite do futebol português. Estamos há cinco jogos a pontuar.
(A propósito das sete substituições face ao ‘onze’ anterior) Temos um plantel de qualidade, no qual podem jogar uns ou outros. O Luther [Singh] tinha chegado da seleção [África do Sul] e não jogou. O Filipe Soares estava castigado. O Trigueira trabalha muito bem e defendeu na Taça de Portugal. Todo o grupo pensa da mesma forma. Sabia que era importantíssimo vencer.”
Nuno Manta Santos (treinador do Desportivo das Aves): “Não [era esta estreia que pretendia]. Mas há que realçar a estratégia do Aves para o jogo. O objetivo era deixar uma boa imagem perante os nossos adeptos. Saíram tristes, mas não chateados. Mostrámos muito querer. A jogar com 10, mantivemos o equilíbrio com as emoções bem assentes. O adversário fez o empate. Tivemos tudo para o 2-1 e para o 3-2, mas não conseguimos. Há coisas boas a tirar deste jogo. Temos de trabalhar mais para conquistar três pontos.
(Arbitragem) Não querendo falar muito sobre a arbitragem, o jogo é normalmente guarda-redes mais 10 contra 10 com guarda-redes. Quando, aos 13 minutos, uma equipa fica com 10, o jogo fica diferente. Quando uma equipa tem mais um elemento por 85 minutos, tem mais facilidade em atacar e dominar. O Falcão era [um jogador] importante, devido a questões de posicionamento, quer defensivo, quer ofensivo. Se ele é bem expulso, não sei. Mas se este lance é vermelho, outros lances no campeonato também têm de ser vermelho. Tem de haver o mesmo critério.
A expulsão obrigou a nossa equipa a correr mais, a defender, a sair em transições. Não há muito a apontar à produção da equipa, apesar de não termos conseguido pontos.
A parte emotiva conta muito para a questão física. Na segunda parte, não se notou muito que estávamos a jogar a menos. Isso teve a ver com a forma como pressionámos e nos posicionámos. Na parte final, encostámos o Moreirense lá atrás. Criámos situações com menos um. Se saíssemos daqui com um ponto, não era nada mau para o Moreirense.
(Sobre a simbiose com os adeptos no final) Vejo muitos jogos da nossa Liga e, se calhar, tirando os quatro clubes com mais adeptos, o Aves é o clube com a melhor claque a nível nacional, até pela relação entre o número de adeptos com a população [de Vila das Aves].”