Milhares de pessoas voltaram a assistir à inauguração das luzes de Natal na cidade de Braga, criando uma dinâmica “importante” para os moradores e para a atividade comercial.
O MINHO entrevistou algumas pessoas que, a partir das 17:00, já se concentravam na Praça do Município, à espera do momento alto do arranque do Natal.
Filipa Magalhães veio de Tadim. Embora seja de Braga, esta foi a segunda vez que veio assistir ao momento em que a cidade fica iluminada. A (agora) bracarense, nascida em Amares, revela que, no ano passado, ficou bastante impressionada com o espírito que se vive durante o ligar das luzes, logo não poderia faltar este ano.
“Voltamos porque o ano passado gostamos muito, das luzes, da época natalícia, do espírito que se vive, tudo isso traz-nos cá”, refere. “Também puxa para comprar no comércio, até já compramos algumas prendas para o Natal”, confessa.
Isaura Barbosa, de Lago, Amares, acompanhou Filipa neste périplo e aproveitou para comprar as prendas para a época festiva. “Ainda não tinha assim tanta gente nas lojas quando viemos às compras, ao início da tarde, por isso aproveitei”, explica.
Também Andreia Valença, de Sequeira, concelho de Braga, acompanhou as amigas, não para compras, mas para a inauguração. “Isto é lindo”, destacou.
Céu Caldas, de São Vicente, cidade de Braga, vem à inauguração “desde que existe”. “Adoro este período, na minha família sempre foi incutido o espírito de Natal com uma festa muito grande e ainda hoje continua a ser. É a minha festa favorita”, revela.
Sobre as luzes, acha “que está muito bonito”. “Mas é preciso iluminar mais o centro da cidade durante todo o ano”, aponta. “Nunca tive nenhum susto, mas é um bocado chato investir-se um valor alto (300 mil euros) quando podia ser menos e dava para ajudar mais gente. Apesar de gostar da festa, acho o valor excessivo”, vinca.
Celeste Silva, de São Vicente, aproveitou uma rara folga do trabalho como enfermeira e não quis perder a inauguração. “Gosto de ver muita gente aqui no centro, nota-se um aumento de pessoas, porque somos uma cidade muito jovem, dinâmica e as pessoas gostam disto”, destaca. “Aproveitei para fazer algumas compras, não para o Natal, mas para o dia-a-dia”, finaliza.
Francisco Gonçalves veio de Palmeira, e acompanhou Celeste nas compras e na inauguração. “Tenho vindo sempre nos últimos anos, pelo espírito natalício e porque é engraçado ver este arranque, com a cidade a mexer-se aqui no centro. É diferente e é muito bom”.
Alessandra Ceraldi, natural de São Paulo, mas a viver em Braga há alguns meses, mostrou-se extasiada com o evento. Este foi o primeiro ano que assistiu à inauguração e ficou maravilhada. “Adoro, estávamos muito entusiasmados, foi uma surpresa, gostámos muito”, realça.
“É muito positivo para Braga para atrair gente aqui para o centro. Em São Paulo também fazemos a inauguração, junta mais gente, mas aqui é mais organizado e é mais amigável para as famílias e muito mais seguro (risos)”.
Léo Antunes, também de São Paulo, vive em Braga “há cerca de dois anos”, mas o ano passado não viu a inauguração. “Este ano viemos porque ficámos curiosos e vimos que no ano passado, pela internet, que era uma festa bonita”, aponta. “Isto é muito bom e seguro para as famílias”, acrescentou.
Altino Bessa, vereador com os pelouros de Turismo e Comércio, não crê que o investimento seja “excessivo”, referindo que o mesmo se adequa à grandeza da cidade, que é, sublinha, “a terceira maior do país”.
A O MINHO, o vereador destaca “o ligar de luzes do Natal” como já sendo “um acontecimento para a cidade”. “Atrai muitos bracarenses e muitas pessoas que não são bracarenses, que vêm a este momento, passam cá o dia e fazem compras”. “Verificamos muita gente com sacos a sair das lojas, o que significa que Braga é uma capital de comércio, com lojas de grande qualidade, uma vasta oferta para as compras de Natal ao longo do próximo mês. No fundo, hoje, as pessoas aproveitaram para isso”.
Sobre fazer do ligar das luzes um momento, serve para “perceber a dinâmica da cidade”, explica o vereador. “São milhares de pessoas que acorrem a este momento, se recuássemos cinco ou seis anos, isto não era um momento, e agora é um momento de um programa vasto e contínuo – Braga é Natal – e tem uma repercussão de atratividade para a cidade, e até serve para o turista ficar surpreendido como a cidade se mobiliza de tal forma à volta de uma iluminação de Natal”.
Altino Bessa aponta ainda que esta festa é “também para as famílias”, e isso é algo que se pretende “enraizar”. “Embora Braga já seja uma cidade moderna, de certa forma cosmopolita, é também conservadora e valoriza os valores da família”.
Investimento
Sobre o investimento de 300 mil euros para o programa natalício, um aumento de mais de 30 por cento comparativamente ao ano anterior, Altino Bessa crê que o mesmo se justifica, e que “é bom para a imagem e comercio da cidade”.
“Repare, se compararmos cidades, algumas delas até mais pequenas que Braga, investem mais. Hoje, Braga é a terceira maior cidade do país, mas se formos ver os vários orçamentos dos municípios, Braga não está, sequer, no terceiro maior investimento de Natal”, assegura, garantindo que “é um investimento contido de acordo com as capacidades financeiras do município”.
“Tenho certeza que Cascais, Coimbra, Sintra, Óbidos, gastam muito mais dinheiro, logo a terceira cidade do país tem que se posicionar como tal e é preciso investir para trazer retorno. Genericamente, acho que as pessoas percebem que isso é uma realidade, por isso o investimento é sempre bom porque tem retorno seguro para a dinâmica e para a atividade comercial”, finaliza.