O Tribunal de Esposende está a julgar um empresário da cidade acusado de dois crimes de ofensa à integridade física qualificada por empurrar e dar um pontapé num militar da GNR que se encontrava a fiscalizar o trânsito rodoviário.
O despacho de pronúncia diz que, em março de 2019, Manuel C., de 53 anos, conduzia uma carrinha de caixa aberta na estrada que liga a Póvoa de Varzim a Esposende, quando, na rotunda de acesso à autoestrada A28 viu uma patrulha com dois GNR que fiscalizava o trânsito, parando num caminho de terra, a 50 metros de distância.
Saiu fechou as portas e pôs-se a andar no sentido oposto, o que levou os militares a pensar que tentava evitar a fiscalização. Um deles, Rui M. acercou-se do condutor e pediu-lhe os documentos, ocasião em que o arguido lhe deu um empurrão no peito, projetando-o contra um veículo estacionado no local, e fugiu, a correr, por uma mata.
Tiros para o ar
O Guarda perseguiu-o, gritando-lhe que parasse e, a certa altura, o arguido voltou-se e berrou-lhe para que se não aproximasse, metendo uma mão no bolso, para dar a entender que tinha uma pistola. Esta “ameaça” levou o militar a temer pela vida, pelo que sacou da pistola e deu dos tiros para o ar.
Apesar disso – relata ainda a acusação – o arguido começou novamente a correr em direção a um muro existente na mata.
Nesse momento, o guarda Rui M. conseguiu apanhá-lo quando trepava o muro, mas, ainda assim, levou com um pontapé numa mão, que ficou com uma fratura. Acabou por imobilizá-lo no chão, levando-o depois para junto do carro-patrulha.
No inquérito, em que o guarda é defendido pela advogada Mariana Agostinho, do escritório de João Magalhães, o arguido negou a prática dos crimes e disse que “é a palavra de um contra a do outro”, ou seja, “não há provas”.