A Onya Health, agência de comunicação especializada em saúde criada por ex-alunos da UMinho e sediada em Braga, vai manter a semana de trabalho de quatro dias, após uma avaliação positivo do projeto-piloto do Governo em que participou.
“O balanço que fizemos foi muito positivo e, por não encontrarmos desvantagens, decidimos adotar permanentemente a semana de trabalho reduzida“, indica a diretora-geral, Vânia Lima, em declarações ao jornal Eco.
A empresa, que no ano passado mudou a sede do Porto para Braga, escolheu o modelo rotativo. Ou seja, de duas em duas semanas, os funcionários trabalham um dia a menos (quatro, em vez dos tradicionais cinco).
A diretora-geral adianta que, além do ‘feedback’ dos funcionários, notou que “existe um trabalho mais fluído“ desde que esse modelo foi adotado.
“As pessoas estão mais motivadas, felizes e produtivas. Além disso, não podemos esquecer que estamos a falar de uma agência de comunicação, ou seja, esta diminuição das horas de trabalho permite que haja mais tempo para incentivar a criatividade da nossa equipa“, assinala Vânia Lima àquele jornal económico.
“Não está nos planos voltarmos às 40 horas”
Contudo, a diretora-geral da Onya Health explica também os desafios encontrados. A empresa tentou inicialmente encerrar às sextas-feiras de duas em duas semanas, mas nesta nova fase decidiu que irá funcionar em espelho para garantir que os clientes têm sempre resposta.
“Ou seja, metade da equipa não trabalha na sexta-feira e a outra metade não trabalha na sexta-feira seguinte. Isto permite manter o mesmo formato do projeto-piloto, mas com uma vantagem: a empresa não precisa de fechar em nenhum dia útil“, esclarece.
“Esperamos continuar assim e, sempre que se justifique, estamos prontos para fazer certos ajustes. Para já, não está nos planos voltarmos à semana de 40 horas”, afirma Vânia Lima.
Mais de 20 empresas avaliam resultados
Ainda de acordo com o jornal Eco, os resultados preliminares apresentados em dezembro pelos coordenadores do piloto refere que o índice de ansiedade caiu em 21%, o de fadiga 23%, o de insónia ou problemas de sono 19%, o de estados depressivos 21%.
Já o de tensão melhorou em 21% e o de solidão caiu 14%. “A frequência de sintomas negativos a nível de saúde mental diminuiu significativamente”, realçavam os coordenadores no relatório.
Os níveis de exaustão pelo trabalho também reduziram em 19%, ao longo dos seis meses de teste, e a percentagem de trabalhadores que sente ser difícil ou muito difícil a conciliação entre trabalho e família desceu de 46% para 8%.
Acresce a isto que 85% dos trabalhadores que participaram no projeto-piloto afirmam que apenas aceitariam mudar para uma empresa com um funcionamento a cinco dias, mediante um aumento salarial superior a 20%.
Além da Onya Health no teste promovido pelo Governo a partir de junho de 2023 participaram outras 20 empresas que estão agora a analisar os dados para saber se mantêm ou não o modelo.
Agência passou a regime remoto e mudou sede para Braga
Como O MINHO noticiou julho do ano passado, após quatro anos na zona metropolitana do Porto em regime híbrido, a Onya Health passou a trabalho remoto e escolheu Braga para os encontros casuais de equipa. “Adotamos o regime remoto e passamos a trabalhar 36 horas por semana. Por isso, decidimos fazer esta mudança por ser uma cidade que oferece um acesso mais facilitado que o Porto, nomeadamente a nível de trânsito”, explicava a diretora-geral, Vânia Lima, citada em comunicado enviado a O MINHO.
“Esta mudança estratégica demonstra o nosso compromisso em criar um ambiente de trabalho que privilegia a flexibilidade e a liberdade, mas que se esforça por manter o contacto entre os funcionários, através de brainstormings e team buildings”, podia ler-se.
“A nova sede em Braga, num espaço cowork, vai permitir reunir a nossa equipa para encontros presenciais ocasionais. A nossa prioridade é manter o regime remoto, que nos dá a possibilidade de aproveitar os benefícios da tecnologia e proporcionar uma experiência de trabalho mais equilibrada e gratificante para os nossos trabalhadores”, acrescentava Vânia Lima.