Declarações após o jogo Benfica-Gil Vicente (1-2), da 20.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio da Luz.
Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “O Gil Vicente tem feito um grande trajeto. Estes jogadores têm feito um trabalho extraordinário, o clube tem-nos dado condições para fazermos o nosso trabalho com tranquilidade. Eu hoje queria enaltecer essencialmente a grande capacidade dos meus jogadores. Hoje era um grande desafio para nós e vir ao Estádio da Luz e conseguir impor a nossa qualidade para nós é motivo de orgulho. Hoje, sinceramente, a forma como entrámos no jogo, foi muito difícil para o Benfica, os meus jogadores merecem todos os elogios”.
O que fez a diferença foi a nossa capacidade durante jogo. Nós sabíamos que se nós conseguíssemos impor o nosso jogo desde início, pressionar alto, tirar bola ao Benfica, (…) fomos felizes porque entrámos muito bem no jogo. Tivemos sempre mais lucidez e oportunidades de golo mais claras. Hoje fomos melhores do que o Benfica, fomos fortes a defender, fomos competentes a atacar, conseguimos ter uma definição acima da média num Estádio como este.
A nossa ideia de jogo ficou vincada, jogámos no meio-campo do adversário (…). Nós jogámos muito alto, o Benfica teve dificuldades em ligar o jogo. Passámos para uma pressão médio alta, quando baixámos sofremos o golo, porque o Benfica tem excelentes jogadores, o golo é um grande golo. Sabíamos que não podíamos dar muitos espaços entre linhas, porque o Benfica ia aproveitar. A partir daqui entrámos no jogo, e fomos buscar a nossa ideia de jogo, o Benfica não gosta de andar atrás da bola como qualquer equipa grande, tivemos critério e qualidade nessa fase de construção. Penso que o resultado é justo contra uma excelente equipa, com excelentes jogadores, mas hoje fomos mais fortes.
Nós projetámos a época numa determinada direção, há grande mérito do nosso diretor desportivo, porque conseguiu um grupo de jogadores jovens com grande ambição. Começámos a pré-época e senti que era um grupo com grande ambição e com grande capacidade de trabalho. (…) Os jogadores foram crescendo e hoje o Gil Vicente é uma excelente equipa, porque os jogadores têm uma capacidade enorme. Quero elogiar o clube porque permite aos jogadores e a nós desempenhar as nossas funções com tranquilidade e não há palavras para descrever o orgulho que eu tenho nestes rapazes. Obrigam-nos a arranjar treinos mais complexos e isso é muito motivante para um treinador, ter um grupo como tenho”.
Nélson Veríssimo (treinador do Benfica): “Relativamente ao jogo, independentemente da questão das oportunidades que tivemos para fazer golos, tenho de reconhecer que não estivemos bem, perdemos o jogo na nossa casa e é o que fica. Não me quero escudar das oportunidades de golo e tenho de reconhecer que a equipa não esteve ao nível esperado e desejado, a nossa equipa tem capacidade para fazer muito mais e a responsabilidade por essa falta de dinâmica, é minha. Há aqui outras questões e eu gosto de me focar naquilo eu é o jogo, o Gil Vicente ganhou e ponto. [No entanto] É difícil explicar quando nos é anulado um golo aos 5 minutos, quando há VAR? Porque é que existe o VAR então? Na nossa opinião, há um golo limpo anulado aos cinco minutos. Se temos o VAR é deixar correr o lance até ao fim e depois analisa-se. É difícil perceber isso, causa alguma revolta e alguma intranquilidade aos jogadores porque o nosso objetivo era entrar bem e depois o golo é anulado daquela forma. Obviamente não me estou a escudar nisso para o facto de não termos vencido o jogo. Resta reconhecer que a nossa equipa tem capacidade para dar a volta a esta situação.
Relativamente à insatisfação dos sócios, obviamente que a compreendemos e temos de aceitar. Temos de reconhecer que não estamos num momento bom e temos de ter essa capacidade de dar a volta. Olhando para a equipa, para a capacidade nos nossos jogadores, sentimos que há margem para crescer, estamos num momento, eu digo isto porque já andei lá dentro, há situações em que às vezes a bola queima. Obviamente que a tranquilidade que precisamos vai chegar com resultados positivos e é disso que andamos à procura. Estou tranquilo, sei que temos uma tarefa difícil, mas aliciante, nunca fui de virar a cara à luta e estamos aqui para isso.
Nós temos um lema, quem passou por balneários sabe que as conversas tidas naquelas quatro paredes ficam lá dentro. O presidente esteve no balneário, o momento não é bom, esteve a expressar as suas ideias, temos de ouvir e aceitar e temos de dar uma resposta – treinadores, jogadores, estrutura. Agora é apontar baterias para o próximo jogo com o Tondela”.