O dono dos terrenos de Ferreiros, em que a Câmara Municipal de Braga tomou posse administrativa e de forma coerciva limpou a vegetação envolvente, lamentou a “postura” da autarquia, “por só agora ter tomado esta posição, após muita pressão sempre da sua parte e ultimamente pelos vizinhos afetados”.
De acordo com o mesmo proprietário, “a Câmara Municipal de Braga ultimamente tem vindo a pautar-se pelo jogo do empurra, tentando responsabilizar os Executivos anteriores aos seus, quando tinha prometido publicamente limpar o terreno já há cerca de um ano”.
Reiterando que “a verdade será reposta nos locais certos”, o proprietário salientou que “a dita ‘posse administrativa’ da Câmara Municipal de Braga foi um ato ilegal, conforme irá ser reconhecido pelos tribunais competentes, além de um ato juridicamente inútil, porque desde 2001 já tinha a posse administrativa dos mesmos, ao utilizar o espaço para a dita escola primária”.
“É incompreensível e inaceitável que num espaço privado tenha funcionado uma instituição pública, sem que segundo argumenta a Câmara de Braga, não exista qualquer documento ou ata camarária de suporte legal”, destacou o proprietário.
Contactado esta quarta-feira por O MINHO, jornal que noticiou recentemente a situação denunciada pelos moradores das redondezas, o proprietário do terreno, situado no Alto da Quintela, em Ferreiros, Braga, disse que “por uma questão de justiça e de reposição da verdade, apelar a qualquer aluno, professor, funcionário ou encarregado de educação a comentar neste mesmo Jornal Digital O MINHO se de alguma forma revê, em termos comparativos nas fotos agora publicadas, o que era então este espaço, onde há cerca de 15 anos todos estudaram, lecionaram ou brincaram com segurança, conforto e dignidade, em condições devidamente validadas pela Direção Escolar de Braga e pela tutela camarária na área da educação?!”.
“Nunca durante os três anos escolares, alguém colocou em causa a segurança, a higiene ou a salubridade do espaço, escolhido pela Câmara Municipal de Braga e não por mim, para a Escola Primária de Ferreiros funcionar”.
“Em vez de fazer chincana política e envolver-me em ajustes de contas partidários com os quais nada tenho a ver, porque fui sempre respeitador das pessoas e das instituições, deveria o atual executivo simplesmente entregar ao seu legítimo proprietário o espaço cedido nas condições em que lhe foram emprestados gratuitamente”, disse o dono dos terrenos.
“Ao invés, estão agora publicamente a tentarem colocar em causa a minha dignidade como empresário e como pessoa”, conclui.