A deputada do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) Mariana Silva esteve hoje em Cabeceiras de Basto para ouvir as preocupações da população sobre a prospeção de inertes na pedreira de Ervideiro, que os populares temem que poderá afetar a qualidade da água das praias fluviais envolventes.
Mariana Silva referiu que o processo ainda está numa fase inicial, prometendo questionar o ministério do Ambiente sobre o futuro desta pedreira.
Antes, a parlamentar esteve em Valongo onde alertou para a deposição de amianto nas mesmas células em que são depositados outros resíduos, no aterro da Recivalongo, na localidade de Sobrado.
“O que nos deixou mais preocupados, e que já foi denunciado pela Associação Jornada Principal (AJP), é a deposição de amianto nas mesmas células onde são depositados outros resíduos. É uma infração. Em janeiro perguntámos ao ministério do Ambiente que tipo de resíduos são ali depositados, se havia problemas de contaminação dos lençóis freáticos ou mau acondicionamento destes resíduos, mas ainda não respondeu”, afirmou a deputada, em declarações à agência Lusa, após reunir com a associação ambientalista AJP.
Mariana Silva disse que o PEV vai voltar a questionar o ministro do Ambiente “sobre o aterro de Sobrado e o que ali se passa”, assumindo o compromisso de que “vai dar continuidade ao trabalho” em prol da população de Sobrado, que se queixa de “maus cheiros” e do aparecimento, “ao longo dos anos, de animais e de insetos, e que sente a sua qualidade de vida posta em causa”.
Sobre o aterro de Sobrado, a deputada do PEV denunciou que o mesmo se situa a cerca de 300 metros de uma escola e próximo da população, considerando que foi um erro construir a infraestrutura naquele local.
Mariana Silva assumiu estar disponível para ouvir a empresa e visitar as instalações da Recivalongo, uma vez que hoje apenas viu o aterro da parte exterior, na companhia de elementos da AJP, que, na terça-feira, após uma audição na Comissão Parlamentar de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, prometeram marcar presença em todas as aparições públicas do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, para exigir o encerramento do aterro.
Em causa está a acusação de atentado ambiental feita ainda em 2019 pela Associação Jornada Principal (AJP) da gestão pela Recivalongo do aterro, ativo desde 2007 para gestão de resíduos de obras, mas que atualmente, segundo a associação ambientalista e a Câmara de Valongo, dispõe de “mais de 400 licenças de gestão de resíduos”, entre eles, assinala, o amianto.
Também na terça-feira o presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, pediu ao ministro do Ambiente uma inspeção urgente ao aterro da Recivalongo, em Sobrado, na sequência de “resultados preocupantes” de investigação europeia.
“Visto que o relatório aponta para práticas sistemáticas de engano às autoridades em relação ao que era transportado, urge saber que tipo de resíduos foram escondidos das autoridades de inspeção, pelo que se solicita a vossa excelência que, por motivos de saúde pública, ordene uma inspeção urgente aos resíduos importados e enterrados no aterro da recivalongo, em Sobrado, que, como sabe, tem sido um destino preferencial dos resíduos provenientes do estrangeiro nos últimos anos, nomeadamente de Itália, Reino Unido e Países Baixos, entre outros”, refere o autarca, num ofício dirigido à tutela.