A Câmara de Caminha aprovou, hoje, por unanimidade, a prorrogação de medidas de apoio extraordinário à população, empresas e instituições afetadas pela pandemia de covid-19, que representam uma perda de receita municipal de 180 mil euros.
Em declarações hoje à agência Lusa, à margem da reunião camarária que aprovou a prorrogação daqueles apoios, o presidente da câmara, Miguel Alves, sublinhou que, “neste momento, entre o que a câmara deixou de ter como receita e os custos acumulados com o combate à doença, o município está a fazer um esforço global de 450 mil euros”, estimando que, em 2020, entre o que terá que apoiar diretamente e a receita que deixará de ter, o novo coronavírus terá um impacto de um milhão de euros nas finanças municipais”.
O autarca socialista disse que, apesar de o concelho “estar a conter a pandemia causada pelo novo coronavírus, já que neste momento, e de acordo com os dados oficiais, não existem casos ativos”, é necessário fazer “a economia levantar voo”.
“Temos de aguentar os empregos ligados direta e indiretamente ao turismo, temos de conter o desemprego que, entre março e abril, subiu 41% no nosso concelho. Para tanto, temos que divulgar o território como destino de confiança, distinguir Caminha de todos os outros destinos, acompanhar o esforço das nossas instituições, cuidar de quem está mais vulnerável e fazer tudo isto, apesar da perda de receita nas taxas de IVA e IRS na travagem no IMT, consequência direta desta pandemia”, referiu.
As medidas hoje aprovadas pelo executivo de Caminha, no distrito de Viana do Castelo, incluem “a isenção de rendas habitacionais, rendas comerciais, bancas de mercados municipais de Caminha e Vila Praia de Âncora, terrados da feira e esplanadas e publicidade que já tinha sido aprovada em março, mas só até ao final de junho”.
“Esta medida, de março até ao final do ano, corresponde a uma perda de receita municipal de 180 mil euros”, destacou.
Àquele montante, explicou, “acrescem os custos diretos no combate à pandemia e aos seus efeitos sociais e económicos de cerca de 270 mil euros (compra de equipamentos de proteção individual, isenção das pequenas e médias empresas do pagamento de tarifas fixas de água, saneamento e resíduos, apoios sociais no pagamento de despesa a famílias carenciadas, mais de 6000 refeições confecionadas e distribuídas, subsídios a IPSS e bombeiros, apoio à Unidade Local de Saúde do Alto Minho)”.
Na reunião camarária de hoje, o executivo municipal aprovou ainda, por unanimidade, “atribuir vales de desconto no valor de 15 euros a cada hóspede/turista que pernoite no concelho, para que sejam usados nos restaurantes que aderiram à campanha Caminha, Destino de Confiança”.
“Aqueles vales serão entregues a cada unidade hoteleira, mediante a indicação do número de reservas, para que os possam entregar no ato do ?check-in’ aos hóspedes/turistas que visitam o concelho. Os vales deverão ser usados até ao final do mês de junho. Este projeto de atração de turistas para o território contempla nove unidades de hospedagem”, referiu.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.520 pessoas das 37.036 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.