Declarações após o jogo Vitória de Guimarães–Casa Pia (0-1), da quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
– Moreno (treinador do Vitória SC): “Foi uma primeira parte com uma circulação muito lenta, falta de agressividade, sem conseguirmos os espaços que tínhamos identificado. A circulação de bola não foi aquilo que treinámos. Demos tempo para o Casa Pia bascular. Depois não tivemos reação na perda de bola. Tivemos uma primeira parte fraca.
A segunda [parte] foi muito diferente, melhor da nossa parte, mas sem o golo. A equipa ganhou agressividade e criou espaços. Cruzámos, chutámos à baliza, mas não marcámos. O Casa Pia marcou, nós não marcámos. A vitória da Casa Pia acabou por ser justa.
O André André representa muito. Temos muitos jovens, mas precisam de suporte à volta deles. Ele esteve algum tempo parado e é uma ajuda para nós. O projeto é arrojado neste momento, com muitos jovens, mas só os jovens não dão resposta.
Pensámos em tudo. Para este jogo, colocámos aqueles [11 jogadores] que entendemos darem mais respostas. Para mim, todos os jogadores são iguais: não me importo se são portugueses ou brasileiros, se têm 30 ou 18 anos. Para a semana, teremos um novo jogo e vamos pensar nisso. Eu é que escolhi os atletas para o jogo. Perdemos. Esta é a vida de um treinador.
Há mérito do adversário, que tem qualidade e jogadores interessantes, mas houve mais demérito nosso na primeira parte. Demos tempo e espaço aos atletas do Casa Pia para decidirem. Quando se circula a bola como na primeira parte, os espaços não vão aparecer. Chegámos à área e não decidimos bem. Precisamos de passar tranquilidade aos atletas da frente para decidirem melhor”.
– Filipe Martins (treinador do Casa Pia): “É uma vitória justa, principalmente pelo que fizemos na primeira parte. Jogámos contra um adversário que só tinha vencido em casa. Na primeira parte, fizemos o que pretendíamos: controlar o jogo com a bola e fazer com que o Vitória se sentisse desconfortável. Criámos umas três a quatro ocasiões para fazer golo.
Na segunda parte, o jogo foi completamente distinto, devido à resposta do Vitória, natural, porque queria dar a volta ao ‘texto’, e pelas limitações do [Afonso] Taira e do [Ângelo] Neto, que tiveram uma semana com muitas limitações e desapareceram do ritmo do jogo. Isso permitiu que o Vitória aparecesse em zonas não tão exploradas na primeira parte. Na segunda parte, soubemos sofrer. Esperava sair para a transição com mais alguma qualidade.
Tenho gostado de ver a equipa crescer de jornada para jornada. Isso tem-se revelado nas vitórias. Isso é o que que me deixa mais satisfeito, aliado aos pontos. Na primeira jornada, demonstrámos solidez defensiva, mas só tivemos duas oportunidades de golo. Contra o Benfica, demonstrámos boa solidez, mas saímos para a transição. Com o Boavista, mantivemos a coesão defensiva, mas saímos em ataque organizado, como hoje, na primeira parte. O campeonato é uma maratona. Não podemos andar em ‘montanhas-russas’.
Se mantivermos a baliza a zeros, estamos apenas a um golo dos três pontos. Não somos uma equipa defensiva, mas percebemos quando temos de sofrer. Defendemos num bloco muito organizado. Tanto a ‘linha’ de cinco defesas, como o Ricardo [Batista] fizeram um bom trabalho nesse sentido.
Nas três primeiras jornadas, fomos a equipa com melhor índice de jogo útil. Não gosto que o meu guarda-redes leve cartões amarelos [por demorar na cobrança dos pontapés de baliza], mas basta um mau posicionamento da equipa para alterarmos algo nesse sentido. Esta ideia de a Liga [Portuguesa de Futebol Profissional] premiar o tempo útil de jogo num ‘ranking’ mensal é uma boa ideia”.