Dezenas de pessoas protestaram esta quinta-feira, no Largo do Toural, em Guimarães, por melhores salários e na luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores, numa ação movida pela União dos Sindicatos do Distrito de Braga/CGTP-IN.
A valorização dos salários e do emprego e o respeito pelos direitos individuais e coletivos deram o mote a esta iniciativa de protesto que a central sindical entende que deve ter expressão pública, embora respeitando as regras de distanciamento social inerentes ao combate à pandemia da covid-19.
Citado pelo Guimarães Digital, do Grupo Santiago, Joaquim Daniel, coordenador da União dos Sindicatos de Braga, sublinhou que os trabalhadores têm “resistido” e “persistido” na “luta em defesa dos seus direitos, por melhores salários e condições de trabalho e de vida”.
“Não aceitamos a justificação da epidemia e à boleia das medidas desequilibradas do Governo, o patronato aproveite para desregular horários, impor laborações contínuas e bancos de horas, roubar férias, chantagear e ameaçar trabalhadores ou despedir os trabalhadores com vínculos precários”, afirmou.
O sindicalista pediu ainda aumento de 90 euros para o salário em geral e a subida do salário mínimo para 850 euros.
“Hoje afirmamos aqui e por todo o País que é preciso garantir a efectiva protecção social a todos os que dela necessitam, as 35 horas de trabalho semanal e reforçar o investimento nos serviços públicos”, sublinhou.
Este tipo de protesto ocorreu por todo o país, na rua ou nas empresas, mas garantindo sempre as regras de proteção da saúde, com máscaras e distanciamento”, disse à agência Lusa a secretária geral da CGTP, Isabel Camarinha.
Segundo a sindicalista, esta “será uma jornada de luta muito diversificada, com trabalhadores de todo o país a fazerem as suas exigências nas respetivas empresas, com greves, concentrações e plenários, enquanto outros irão participar em concentrações convergentes, em quase todos os distritos, em tornos de objetivos mais gerais”.
“As opções que têm sido tomadas têm de ser alteradas, através da valorização do trabalho e dos trabalhadores. Com o aumento dos salários e emprego com direitos o país também se desenvolverá”, disse Isabel Camarinha.
A líder da Intersindical considerou que as medidas que o Governo avançou para responder aos problemas económicos e sociais causados pelo surto epidémico, “não só não responderam às necessidades e exigências que se colocam, como fragilizaram ainda mais a situação dos trabalhadores”.
“Foi tudo isto que levou à marcação desta jornada de luta. Precisámos de trazer os trabalhadores para a rua para divulgar os seus problemas e exigir respostas diferentes das que têm sido dadas”, afirmou.
A secretária-geral da CGTP-IN, esteve ao início da manhã com os trabalhadores da DHL, em Vialonga, e ao final da manhã na concentração dos trabalhadores da hotelaria, restauração e similares, junto à sede da associação do setor AHRESP, em Lisboa.
Decorreram concentrações ou desfiles para Faro, Aveiro, Beja, Guimarães, Coimbra, Évora, Guarda ,Leiria, Funchal, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu.