A Juventude Popular (JP) de Braga queixou-se à liderança nacional do partido de ser “desconsiderada” pela Concelhia, liderado por Altino Bessa, e exige ser ouvida no processo autárquico.
A presidente da JP de Braga, Renata Faria, escreveu uma carta aberta ao presidente do Partido, Francisco Rodrigues dos Santos, e ao presidente da Juventude Popular, Francisco Camacho, para dar conhecimento da atual situação política no concelho.
“Infelizmente, o reconhecimento que sempre vigorou, inclusive da própria concelhia do CDS-PP Braga, não se tem verificado nos últimos tempos. A Juventude Popular de Braga tem sido profundamente desconsiderada, na forma e no trato, e colocada totalmente à margem da vida do partido na cidade”, refere o documento.
A presidente da JP de Braga considera esta situação “gravíssima” e contrária aos “valores de um partido democrata”, realçando que a estrutura juvenil é “fundamental para o partido”.
“A Juventude Popular de Braga, desde a sua eleição concelhia, para além de ser relegada da atividade política da concelhia do CDS-PP Braga, não tem sido envolvida no processo autárquico pela primeira vez”, sublinha Renata Faria, considerando que “este é um erro sem precedentes e que coloca em causa não só o presente, mas também o futuro do CDS na cidade”.
Diz mesmo que esta decisão pode levar o CDS a “perder dezenas de candidatos por toda a malha territorial, que inclusive são candidatos onde muitas das vezes o partido não consegue chegar”.
“Mas mais do que os lugares em si, que são o menos relevante, o partido hipoteca, por vontade própria, a possibilidade ter ao seu lado aquele que sempre foi o seu verdadeiro parceiro de coligação, braço armado e garante de futuro: os jovens bracarenses e a Juventude Popular”, refere o documento.
Renata Faria diz que a JP nunca vai abandonar o partido e que a Concelhia ainda está a tempo de mudar de atitude. E garante a disponibilidade para “trabalhar lado-a-lado com as estruturas locais do CDS-PP”.
“No entanto, é essencial que o CDS Braga deixe de marginalizar a JP e comece a respeitá-la, como sempre o fez no passado, caso contrário corre o risco de ser irreversível o dano causado, assim como a perda de uma militância ativa fundamental para a sobrevivência do CDS”, conclui.
Este já não é o primeiro sinal de mal-estar no CDS de Braga a vir a público. Como O MINHO noticiou, o até há pouco tempo líder da JP nacional, Francisco Mota, lançou uma ‘petição’ para ser incluído na lista à Câmara. O presidente da Concelhia apelidou a iniciativa de “ridícula”.
Entretanto, a vereadora centrista na Câmara de Braga, Lídia Dias, anunciou que não se recandidata a um terceiro mandato devido ao “afastamento político do partido a nível local”.