Declarações após o jogo da 29.ª jornada da I Liga de futebol entre SC Braga e Sporting (0-1), que hoje decorreu em Braga.
Carlos Carvalhal (treinador SC Braga): “Este é um jogo que os próprios números expressam o que se passou, é um jogo fácil de comentar. 11 contra 11 fomos a equipa mais perigosa, praticamente o Sporting não se acercou da nossa baliza, o guarda-redes já tinha feito algumas boas defesas. Depois da expulsão, o Sporting jogou praticamente em 5×4 e, até aos 90+6 minutos, foi circular a bola.
Tivemos 10 oportunidades claras de golo. Na única vez, numa desconcentração nossa, e era nisso que o Sporting estava apostado, tiveram a felicidade de fazer um golo e venceram. Foi muito mau para o jogo a expulsão, porque o Sporting fechou-se muito, de forma muita cerrada e perto da baliza. Empurrámos o Sporting para trás, mas tínhamos que ter algum cuidado, porque não adianta ter muitas unidades na frente, porque podíamos desequilibrar-nos. Tínhamos que ter algum equilíbrio, os jogadores fizeram tudo ao seu alcance para ganhar. Se tivéssemos empatado, teríamos ficado tristes, com a derrota, ficámos muito desapontados.
O golo do Sporting é uma desatenção, muito idêntica à que nos custou a Taça da Liga, e que foi fatal. Mas fomos muito perdulários e o guarda-redes [Adán] também fez uma excelente exibição. Não adiantava muito cruzar, porque o Sporting tem um eixo central fortíssimo, com os três centrais, mais o guarda-redes e o Palhinha.
Estamos apostados em fazer o maior número de pontos possível, o ano passado o Braga fez 60, temos 58, vamos agora à procura dos três pontos e no final logo veremos.
Se fossemos eficazes, teríamos marcado muitos golos nas últimas jornadas, temos criado muitas oportunidades nos últimos jogos, hoje foram 10, é bom, mas o excelente é meter as bolas lá dentro. O Sporting teve uma ocasião e fez um golo, foi quase 100% de eficácia.
Não mexi na equipa por causa do Sporting ter mexido, o Rui Fonte vem de uma lesão prolongada, o Abel está disponível. o Fransérgio jogou praticamente como ponta-de-lança após a expulsão. Numa fase final, tínhamos o Raul Silva, o Abel Ruiz, o Rui Fonte e o Fransérgio na linha da frente”.
Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Temos que dar mérito aos jogadores, foi um jogo muito complicado, ficámos com menos um a partir dos 20 minutos, soubemos sofrer, somos bons a defender num bloco mais baixo. Até aos 20 minutos, foi um jogo dividido, tivemos duas oportunidades, o Braga também teve, numa distração do Nuno Mendes.
Depois da expulsão, não houve jogo: foi uma equipa a atacar e a outra a defender, ganhámos e é seguir em frente agora.
(A equipa sentiu a falta do Rúben Amorim no banco?) Não, já estive fora noutros três jogos, deve ser um recorde, com quatro expulsões tive estes jogos todos de fora. Mas a equipa técnica sabe o que fazer, claro que é diferente, mas temos vários líderes, soubemos sofrer.
Foi mais uma vitória, falta muito campeonato, podemos perder em casa com o Nacional como vencer noutros campos em que toda a gente pensava que eram precisas forças extras para ganhar. Foi a terceira vitória sobre o Braga esta temporada, tudo normal, é seguir em frente com a normalidade possível. Temos que saber sofrer, podemos ganhar em qualquer campo e perder em qualquer campo também, principalmente nesta fase do campeonato.
Temos que preparar muito bem o Max, outro momento para a história, não me lembro de um guarda-redes [Adán] levar cinco amarelos. Agora é recuperar e pensar que o Nacional é mais um grande jogo em que podemos perder pontos, temos que dar o máximo.
Não comento arbitragem, vou tentar ao máximo não fazer isso.
[Título] Só no fim é que vamos ver, tendo estes exemplos todos tem quem ser jogo a jogo, se estivermos a três pontos de ser campeões, seremos candidatos ao título, porque entramos sempre para ganhar. Não podemos é andar numa montanha-russa de emoções: empatámos dois jogos, fomos a Faro ganhar, alguns rivais perderam pontos. Compreendo os adeptos, mas cabe-me a mim manter os pés bem assentes na terra e evitar a montanha-russa de emoções.
(Erros individuais) É possível que seja pela fase da época, é compreensível. Sabíamos que podia acontecer ao apostarmos em muitos jovens ao mesmo tempo, é normal, mas são pormenores que nesta fase podem fazer muita diferença.
O Neto entrou porque é um jogador muito forte, habituado a jogar com os outros dois centrais, o Coates é o melhor defesa a tirar bolas de cabeça, o Neto é muito agressivo, passámos muitas horas a treinar assim. O Matheus Nunes consegue defender bem e tem a capacidade de ir à frente, conduz muitos metros.
Um polícia foi ao camarote falar comigo? Foi por causa da máscara, tirei-a e ele foi dizer para pôr a máscara, podem confirmar com a polícia que foi isso”.