A Concelhia de Braga do CDS/PP veio hoje a terreiro mostrar o seu desagrado pelo modo como foram escolhidos os candidatos a deputados pelo distrito nas eleições legislativas de outubro. E com críticas duras ao deputado Telmo Correia, cabeça de lista do partido nas anteriores eleições, que é acusado de nada ter feito no distrito em três mandatos.
O plenário de militantes de Braga aprovou uma moção – apresentada pelo seu líder Altino Bessa – criticando os órgãos nacionais do partido, pelo facto de todos os candidatos serem escolhidos pela direção nacional: “havia sido acordado que a direção do CDS apresentaria apenas o cabeça de lista, ouvidos os órgãos locais, sendo os restantes candidatos indicados pela Distrital de Braga”, lê-se no documento.
O texto acentua que, no último Conselho Nacional, a presidente do partido, Assunção Cristas, aprovou as listas de deputados às legislativas, de forma leviana e insensata, para além de ter introduzido um tema que só deveria ser tratado após as eleições europeias”.
Bessa diz que esta decisão “veio prejudicar a dinâmica da pré-campanha, levantando um coro de criticas de Norte a Sul, pelas escolhas apresentadas, centrando-as no Largo do Caldas, refletindo total cegueira territorial”.
“Almejei e confiei que soubessem encontrar para Braga, nos seus mais de 780 mil eleitores, alguém que possuísse a dita qualidade e proximidade com o distrito e fosse o garante da representação deste no Parlamento. Após o Conselho Nacional julguei que a “a voz” dos militantes iriam ser levadas em linha de conta pela Presidente do Partido”, lamenta o líder dos centristas bracarenses.
Telmo não merece
Já sobre a repetição da escolha de Telmo Correia, a moção pergunta: “Por que razão o cabeça de lista pelo distrito se mantém mesmo dando provas de que não merece representar este território? Foram dez anos como cabeça de lista pelo distrito. Nesta linha temporal muito podia ter sido feito, mas a opção passou por negligenciar o distrito.”
O texto lamenta, ainda, que “o cabeça de lista pelo distrito tenha exercido três mandatos inócuos, vazios de presença, de tenacidade, de interesse pelas problemáticas que assolam o território. Em três mandatos poucas foram as vezes em que se deslocou ao território para estar/ ouvir as “suas” gentes num esforço de perceber a realidade que está à superfície”.
“Considero, perante as evidências, que foram três mandatos em que a palavra que imperou foi a de “demissão” das responsabilidades que lhe foram confiadas”.
E prosseguindo nas críticas a Telmo Correia, Altino Bessa escreve: “Não correspondeu, no que à
defesa do território diz respeito, às aspirações dos militantes do concelho de Braga.
Insistir na designação de um deputado que durante três mandatos não zelou pelo distrito parece-nos errático e de uma tremenda incoerência com a estratégia pensada para o território. Recuso-me a aceitar que a lógica de distribuição de deputados pelo país esteja focada numa distribuição centralizada em Lisboa.”
Demitiu-se
E insistindo, afirma: “Enquanto deputado eleito pelo circulo eleitoral de Braga, Telmo Correia podia ter tido uma influência assaz profícua no desenvolvimento do território, mas optou por se demitir da incumbência que lhe foi atribuída, abandonando a área territorial que representa. Salta à vista de todos: o resultado de dez anos foi um retrocesso no trabalho pelo território. Os deputados são chamados a legislar sobre domínios do interesse público, do bem maior que, neste caso, é o distrito. No caso da escolha do cabeça de lista para o distrito de Braga o balanço é claro: por mais que seja duro reconhecê-lo, não é a escolha certa para cumprir um quarto mandato pelo distrito”.
O MINHO contactou a assessoria de imprensa do CDS/PP mas não conseguiu, até ao momento, uma resposta.
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