O presidente da Câmara de Caminha disse hoje que a valorização da margem esquerda do rio Coura, orçada em 1,5 milhões de euros, será lançada a concurso público no verão, estimando o seu início até ao final do ano.
“O projeto foi trabalhado nos últimos três anos, está pronto, tem todos os pareceres e tenciono lançar o concurso público de empreitada nos meses do verão. Se o concurso correr normalmente e se as condições do rio Coura permitirem, a obra poderá estar no terreno até ao final do ano”, afirmou hoje à agência Lusa o socialista Miguel Alves.
Em causa está uma empreitada de valorização e visitação da margem esquerda do rio Coura, desde a ponte de Vilar de Mouros até à foz daquele curso de água, em Caminha.
A intervenção integra a lista de projetos de reabilitação e valorização fluvial que o primeiro-ministro e o ministro do Ambiente e Ação Climática apresentaram hoje em Coimbra.
A iniciativa governamental inclui a intervenção em 150 quilómetros de linhas de água e 50 massas de água, abrangendo 55 municípios, num investimento de 50 milhões de euros, que tem de estar concretizado até final de 2023.
“A obra tem que estar executada e paga até ao final de 2023. São as regras deste fundo que é o primeiro a chegar a Portugal para apoio à recuperação e resiliência da economia no período pós-covid que funcionara como ?warm-up’ do que se avizinha com os fundos da bazuca”, referiu o autarca de Caminha
Para Miguel Alves, “a boa notícia é Caminha estar na linha da frente do aproveitamento destas oportunidades que chegam da Europa e do Estado”.
Segundo Miguel Albes, o investimento será realizado “numa área com cerca de 124 hectares, tendo como objetivo primordial a preservação e requalificação dos valores naturais em presença, através da reabilitação e valorização desta zona estuarina, de forma a evitar os riscos de cheia, e também pela divulgação e sensibilização do seu valor natural”.
Numa nota hoje enviada às redações, a autarquia explicou que “a intervenção consiste na execução de um conjunto de trabalhos com vista à diminuição do risco, e preservação, requalificação e divulgação da zona estuarina do rio Coura, desenvolvidos no âmbito do Estudo Hidrológico e Fluvial dos rios Âncora, Coura e Neiva, elaborado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto para a Polis Litoral Norte”.
A empreitada resulta inda “das indicações mais recentes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), contemplando a estabilização de margens deste importante curso de água com recurso a técnicas de engenharia natural”.
Visa ainda “a recuperação de zonas da galeria ripícola, plantação de árvores e arbustos, a eliminação de manchas de espécies exóticas invasoras ao longo das margens do rio Coura e a plantação de caniçais, a criação de percursos pedonais e cicláveis ao longo de toda a extensão da intervenção, o reordenamento do estacionamento na zona do Cais do Pego / Campo de jogos de Venade”.
NO âmbito da empreitada serão ainda “colocadas caixas-abrigo para morcegos e caixas-ninho para aves, a colocação de mobiliário urbano diverso, como barreira para impedimento de tráfego viário e de placards informativos dos valores naturais, assim como de mesas com bancos, suporte de estacionamento de bicicletas e estruturas de sombreamento”.
Já os percursos pedonais e cicláveis a criar, “terão uma extensão de aproximadamente 7,2 quilómetros e serão executados na margem esquerda do rio Coura”.
Os percursos serão executados “com base em perfis tipo, de 2,5 metros de largura, em pavimentos variados e adequados a cada local, sendo desenvolvidos de forma a serem integrados na Ecovia do Litoral Norte”.