A Câmara de Ponte de Lima não recebeu nenhum aviso ou denúncia sobre uma descarga no rio Labruja, afluente do Rio Lima, em Ponte de Lima, que, domingo de manhã, voltou a manchar o curso de água que dá nome à vila limiana.
O seu Presidente, Victor Mendes, disse a O MINHO que, se tal suceder, encaminhá-la-á para as autoridades estatais que zelam pelo ambiente, como é regra no Município.
“Julgo que se trata de algo recorrente quando ocorrem as primeiras chuvas de outono, o arrastamento de pedras e pó das pedreiras da zona”, salientou, frisando que, embora tal cause um impacto visual negativo “não é um caso típico de poluição ambiental”.
Segundo testemunhos de um popular, “a cor do rio provém do rio Labruja. A montante da foz do rio Labruja a água já era bem mais limpa”.
A situação repetiu-se três dias após o partido ecologista “Os Verdes” ter questionado o Ministério do Ambiente sobre “descargas ilegais feitas para o rio Lima, em Ponte de Lima, e seus afluentes”, alertando para falta de avisos à população que “usufrui” daquele curso de água.
Para o autarca limiano, a Câmara tem tentado minimizar o problema, através da pavimentação de estradas de acesso às pedreiras da região, o que limita a queda de detritos graníticos no transporte, e tem uma solução, de futuro, para o problema: “a construção de um pólo de instalação das indústrias do granito, em Arcozelo, através de uma candidatura aos fundos europeus do Norte2020, de quatro milhões de euros, que aguarda o visto do Tribunal de Contas.
Está, também, e no quadro de legislação nova que rege o setor, a fazer o levantamento das pedreiras do concelho, para verificar – e encerrar, se for caso disso – as que não cumprem as regras.
Sem minimizar o efeito dos detritos trazidos pelas chuvas, Víctor Mendes sublinha que a água arrasta também terra de campos agrícolas, e frisa que estes fenómenos acontecem em Ponte de Lima, e em toda a bacia do Rio, a começar na Galiza.