João Rodrigues acusa PS de se preocupar “mais o com os interesses dos imobiliários do que com os da cidade”

Diz que se não fosse a Coligação parque das Sete Fontes “não existiria”
João rodrigues acusa ps de se preocupar "mais o com os interesses dos imobiliários do que com os da cidade"

O vereador do Urbanismo da Câmara de Braga, João Rodrigues acusou, hoje, o PS/Braga e o seu candidato, António Braga, de “estarem mais preocupados com os interesses dos promotores imobiliários do que com os da cidade, tal o regozijo que demonstraram com a decisão do Tribunal de anular o Plano de Urbanização das Sete Fontes”.

“A ignorância do PS sobre este tema é bem esclarecedora. O PS não é deste tempo. Não compreende os dossiers, não está por dentro dos assuntos. Vive num mundo e num tempo próprios: talvez o mesmo onde o próprio PS previa a construção de uma via rápida por cima do monumento das Sete Fontes”, afirmou, em declarações a O MINHO.

O autarca, que é também candidato à presidência da Câmara pela Coligação Juntos por Braga, comentava as críticas hoje feitas pelos socialistas pelo facto de o Plano não ter sido concluído no prazo legalmente previsto, o que consideram “ser ilustrativo da falta de competências e empenho da coligação ainda no poder”.

E dizia, ainda, o PS, pela voz de António Braga: “Na passada semana tivemos a oportunidade de demonstrar que a bandeira eleitoral da coligação tinha caído. O facto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga ter anulado o Plano de Urbanização das Sete Fontes é ilustrativo da falta de competências e empenho da coligação ainda no poder”.

A este propósito, João Rodrigues garante que, nem o Plano nem a construção do Parque estão em causa: “O Plano de Urbanização mantém-se em vigor. Aliás, nós vamos recorrer desta decisão, mas mesmo que no recurso não nos seja dada a razão, nós podemos corrigir aquilo que foi aprovado no mandato anterior, inclusive com os votos a favor do Partido Socialista”.

O autarca do PSD contra-ataca dizendo que, ao tempo da governação do PS na Câmara foram aprovados – no PDM anterior – prédios de sete andares nas Sete Fontes e uma via rápida que atravessaria a zona, por cima do que é Monumento Nacional. Ou seja, se não fosse a governação da Coligação e de Ricardo Rio, o parque das Sete Fontes nunca existiria”.

Decisão do Tribunal vai para recurso

Recorde-se que, e conforme O MINHO noticiou, o Tribunal Administrativo de Braga anulou o Plano de Urbanização (PU) das Sete Fontes, por não ter sido concluído no prazo legalmente previsto.

O PS/Braga já veio dizer que, assim, cai “a maior bandeira eleitoral” da coligação PSD-CDS nos últimos 12 anos. Mas a Câmara diz que não muda nada e que a construção de um parque ecomonumental na zona continua sem entraves.

O juiz deu razão a uma ação da imobiliária Vila Minho, SA, quer quanto à caducidade do procedimento de aprovação do Plano, quer, ainda, por omissão do plano de financiamento e fundamentação da sua sustentabilidade económica e financeira;(no caso, um relatório previsional de custos) e, por último, por Ilegalidade da fixação do valor expropriativo “na medida em que define critérios de avaliação para a expropriação que só o legislador pode definir”, no Código das Expropriações.

A firma bracarense, do empresário Ermelando Sequeira, invocou, também, a existência de Ilegalidade da elaboração em simultâneo do PDM (revisão) e do Plano, a omissão da avaliação ambiental estratégica e a invalidade da classificação do solo dos Sete Fontes como rústico/rural, a ilegalidade das operações perequativas e violação do princípio da igualdade.

Alegou, ainda, que houve violação do princípio da tipicidade dos planos, por inclusão predominante de solo rústico no PU, e que houve omissão da avaliação ambiental estratégica. Nestes quatro pontos, o Tribunal não lhe deu razão.

Vitória de Pirro

A este propósito, fonte camarária disse que a sentença “não é grave”, sendo mais uma vitória de Pirro: “A sentença não afeta os atos administrativos já praticados e inimpugnáveis nem os casos julgados já existentes, e é facilmente ultrapassável, pois bastante aprovar novo PU apresentando o plano de financiamento – que de resto, consta do PU ainda que não em documento autónomo – e eliminando o nº 1 do artigo 77º do PU, sobre a expropriação (ou conferindo-lhe nova redação)”.

“Os prazos foram ultrapassados devido ao período do covid-19”, frisou.

Assim, salientou, o Município tem duas opções: ou recorre para o Tribunal Central do Norte e, se perder, para o Supremo, o que deve demorar seis anos a resolver, ou aprova novo Plano, na Câmara e na Assembleia Municipal, o que pode demorar dois meses.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Dolores diz que portugal tem de ter "os pés assentes na terra”

Dolores diz que Portugal tem de ter "os pés assentes na terra”

Próximo Artigo
Incêndio deflagra em terreno e atinge armazém em famalicão

Incêndio deflagra em terreno e atinge armazém em Famalicão

Artigos Relacionados