O PS de Póvoa de Lanhoso acusou hoje o presidente da Câmara local, Manuel Batista (PSD), de ter lançado um concurso para Técnico Superior de Turismo expressamente para fazer um “favor partidário” a uma presidente de junta do concelho.
O concurso é também criticado pelo vereador do PSD sem pelouros Armando Fernandes, que considera não fazer sentido contratar mais um técnico superior de turismo para gerir um orçamento anual de 5 mil euros.
Armando Fernandes sublinha que a Câmara Municipal já tem, nos seus quadros, dois técnicos superiores a trabalhar na área do Turismo, que contam com o apoio de um assistente técnico e de mais recursos provenientes da parceria estabelecida com a Associação de Turismo de Póvoa de Lanhoso.
“Não faz qualquer sentido e é, até, uma contratação difícil de explicar aos povoenses”, referiu.
Para o PS de Póvoa de Lanhoso, a única explicação para esta contratação prende-se com o facto de o “alvo” do concurso ser genro da atual presidente da Junta de Freguesia de Vilela, eleita pelo PSD.
O líder socialista local, Frederico Castro, disse não ter dúvidas de que o vencedor do concurso está definido à partida.
“Trata-se, obviamente, de um favor partidário que o presidente está a promover, sem nenhuma necessidade do ponto de vista da eficácia dos serviços da autarquia na área do turismo”, sublinhou.
A proposta de contratação de um técnico superior de turismo foi a votação na câmara integrada num lote de 11 processos concursais, e acabou por ser aprovada.
Armando Fernandes, que em maio abdicou dos pelouros que detinha, votou contra e os vereadores do PS abstiveram-se, tendo a proposta passado com três votos favoráveis do PSD.
Frederico Castro justificou a abstenção do PS com a manutenção de uma “posição coerente” em relação a situações similares que foram discutidas em outras reuniões de câmara ao longo do atual mandato.
Disse ainda que, se o presidente da câmara tivesse autorizado a votação separada de cada um dos 11 concursos, o sentido de voto do PS em relação ao técnico de turismo seria “muito provavelmente diferente”.
Assim, os socialistas alegam que se decidiram pela abstenção também para não prejudicarem os candidatos dos restantes 10 concursos.
Manuel Batista escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o assunto.
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