O grupo DST, de Braga, manifestou hoje “o seu profundo pesar” pelo falecimento do professor Vítor Aguiar e Silva, presidente do júri do Grande Prémio de Literatura dst, reconhecendo “a sua grande vida e obra”.
“Morreu o professor Vítor Aguiar e Silva, professor de tantas vidas e reconhecido por outras tantas, em tantas homenagens, prémios e consensos de tantos lugares. A dst teve o enorme privilégio, e honra, de ter a confiança do Sr. Professor Vítor Aguiar e Silva durante 27 anos em que foi presidente do nosso prémio de literatura. A confiança num prémio depende da composição do seu júri e nomeadamente de quem o preside. O Grande Prémio de Literatura dst deve tudo ao júri e deve tudo ao seu presidente, ao professor Vítor Aguiar e Silva. Tentei, em 27 anos, encontrar forma, diferentes formas de agradecer e de merecer a confiança do professor. Tinha esperança de que um dia o iria conseguir. Caro Professor. Obrigado até ao céu. Vamos trabalhar melhor para que o seu trabalho, enquanto presidente do júri, continue um garante de confiança e independência”, escreve José Teixeira, presidente do dstgroup.
Biografia
Vítor Aguiar e Silva nasceu em 1939.
Obteve todos os seus graus e títulos académicos na Universidade de Coimbra, onde foi professor catedrático da Faculdade de Letras da mesma Universidade até 1989, ano em que solicitou a sua transferência para a Universidade do Minho.
Na Universidade minhota, foi professor catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas, fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos e a revista “Diacrítica”. Para além disso, desempenhou as funções de vice-reitor de 1990 a 2002, altura em que passou à situação de professor aposentado.
Dedicou grande parte da sua vida ao estudo da Teoria da Literatura, domínio em que a relevância do seu ensino e da sua investigação é nacional e internacionalmente reconhecida, assim como da Literatura Portuguesa do Maneirismo, do Barroco e do Modernismo. Também os estudos camonianos foram objeto constante da sua atividade de investigador.
Desempenhou funções docentes, como professor visitante, em diversas Universidades estrangeiras. Orientou numerosas dissertações de mestrado e doutoramento, na sua maioria publicadas. Ocupou, por escolha governamental, diversos cargos nas áreas da Educação e da Cultura.
Desempenhou, desde 1995, o papel de Presidente do Júri do Grande Prémio de Literatura dst, aquando da sua constituição, tendo desempenhado uma função notável e dado um enorme prestígio a este prémio nacional, instituído pelo grupo bracarense dstgroup.
Foi Autor de diversos trabalhos, entre os quais: Para uma interpretação do Classicismo, Maneirismo e Barroco na poesia lírica portuguesa, Teoria da Literatura, Competência Linguística e competência literária: Sobre a possibilidade de uma poética gerativa, Análise e metodologia literárias e Camões: Labirintos e fascínios (obra galardoada com o prémio de ensaio da Associação Portuguesa de Críticos Literários e da Associação Portuguesa de Escritores).
A Universidade de Évora atribuiu-lhe o Prémio Vergílio Ferreira de 2002.
Em 2007, foi-lhe atribuído o Prémio Vida Literária, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Caixa Geral de Depósitos, o mais alto galardão literário existente em Portugal. Em 2018, recebeu o prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural.
Em 2020 é-lhe atribuído o Prémio Camões.