A comunidade de Guimarães vai poder ajudar a elaborar um cadastro da fauna e da flora existente no concelho através de um novo projeto, chamado “Plano de Ação da Biodiversidade”, que incentiva à “ciência cidadã” através de uma aplicação móvel onde será possível inventariar e monitorizar a biodiversidade local.
Na sessão de apresentação, que decorreu sábado, foi lançado o projeto no Laboratório da Paisagem, entidade responsável pela execução do plano, em parceria com a Câmara de Guimarães e com o Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Em comunicado enviado à imprensa, a autarquia refere que o plano contará “com diversas ações no âmbito da inventariação e monitorização da biodiversidade existente no concelho, que procurará contribuir para a proteção da natureza e para a mitigação da degradação dos ecossistemas”.
O plano já identificou 12 unidades de amostragem em todo o concelho, mas o objetivo é “mapear todo o território, envolvendo, formando e participando, para proteger, conservar e monitorizar as espécies existentes”.
A Câmara refere ainda que este Plano “será importante para os projetos das Ecovias do Ave, do Selho e do Vizela, que já estão no terreno, assim como diversos outros projetos de promoção do património natural”.
Sofia Ferreira, vereadora do Ambiente, sublinhou a importância do envolvimento de toda a comunidade neste projeto: “Este plano é mais uma iniciativa que se enquadra no contexto da Estrutura de Missão Guimarães 2030, que é implementado com um modelo de governança onde todos participam. Este trabalho só é possível com o envolvimento de todos, cidadãos, brigadas verdes e presidentes de junta, até porque o que daqui resultar vai valorizar ainda mais todo o território concelhio”.
O diretor executivo do Laboratório da Paisagem, Carlos Ribeiro, revelou na sua apresentação o cronograma para as várias saídas de campo com investigadores e comunidade, reforçando que a colaboração de escolas, através de ações de educação ambiental, “terão igualmente um papel muito importante neste Plano”.
E concluiu: “Este é um projeto determinante para adicionar instrumentos de proteção, conservação e monitorização de espécies. O que teremos será um Plano de Ação de Biodiversidade que vai permitir um levantamento dos grupos faunísticos e florísticos ao longo do próximo ano. Estarão no terreno investigadores do Laboratório da Paisagem e da UTAD e queremos muito também contar com a comunidade. Hoje mostrámos aqui um cronograma com a calendarização do período de identificação de cada uma das espécies de fauna e flora. Faremos ações de formação, com saídas de campo, onde todos os cidadãos vão poder colaborar na identificação de espécies”.
Ao longo do próximo ano será feito uma análise e diagnóstico, ações de participação pública e de educação e sensibilização que darão origem a relatórios técnicos e posteriormente à elaboração do Plano de Ação da Biodiversidade de Guimarães.