Associação de Famalicão pede demissão de Joana Amaral Dias por “comentário transfóbico”

O movimento Humanamente, de Famalicão, exigiu hoje publicamente a demissão da comentadora da TVI Joana Amaral Dias, depois de alegados comentários transfóbicos escritos num artigo de opinião em relação à vencedora do concurso Miss Portugal.

Em comunicado enviado às redações, a associação, que nasce do antigo movimento “Grupo de Apoio a Pessoas Queer”, bastante ligado às marchas de orgulho gay que se realizam em Vizela e em Famalicão, cita um dos ativistas – Lucas Dias -, um homem trans que “não pode deixar impune uma atitude de crime de transfobia”.

O ativista aponta para um texto de opinião de Joana Amaral Dias publicado no Diário de Notícias no passado dia 08 de outubro, onde esta se referia a Marina Machete, vencedora do Miss Portugal e mulher trans,

“Um homem ganhou o Miss Portugal”

“Um homem ganhou o concurso de Miss Portugal. Um homem disfarçado de mulher, ou mascarado, ou operado. Mas um homem. Alguém que nasceu com os cromossomas XY e que, por mais estética que aplique, por mais cirurgias a que se submeta, morrerá XY”, escreveu a psicóloga, escritora, comentador a ‘inluencer’.

Como O MINHO noticiou, a primeira mulher transgênero a participar no concurso Miss Portugal venceu a edição de 2023, ficando agora como representante do país no concurso Miss Universo.

Marina Machete, de 28 anos, está também apurada para a final do Miss Universo, que acontece em 18 de novembro em El Salvador.

Marina viveu em sofrimento

Lucas Dias, ativista da Humanamente, em comunicado enviado a O MINHO, diz que “Marina Machete viveu com certeza grande parte da sua vida em sofrimento por ter nascido no sexo com o qual nunca se identificou e não se lhe pode ser retirado todo o mérito da sua transição e percurso até aos dias de hoje”.

Para o ativista, “Joana Dias como psicóloga, área da ciência que estuda sentimentos, pensamentos e a razão parece mais preocupada com cromossomas e células do organismo do que propriamente com aquilo que envolve a sua área de estudo”.

Lucas Dias diz que se a situação de Marina Machete não tivesse sido revelada, “provavelmente esta psicóloga não chegaria sequer a saber que Marina alguma vez tenha nascido no sexo oposto”. Aponta ainda o artigo de opinião como “criminoso e digno de um processo jurídico”.

A terminar, diz que os homens e mulheres trans não precisam da “aceitação de ninguém”.

 
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