A monitorização do centro de estudos climáticos do clube MeteoFreixo, um programa do Agrupamento de Escolas de Freixo, em Ponte de Lima, confirmou a onda de calor no Minho durante o início do mês de outubro, com “níveis de temperatura máxima muito acima da média da normal para esta época”.
Em comunicado enviado a O MINHO, que cita o trabalho do investigador Salvador Rodrigues, são apontadas as “alterações climáticas” que “iriam provocar (e estão) estas temperaturas extremas, encurralando-nos numa rara Onda de Calor (período de cinco ou mais dias de extremo calor), na região Minho”.
Para o investigador, “estes fenómenos extremos de calor prolongado e fora de época, prevêem-se cada vez mais frequentes no noroeste português”.
A mencionada onda de calor durou entre 06 de outubro e 11 de outubro com seis dias de temperaturas elevadas para a média.
Segundo a mesma fonte, em média, “nos últimos anos, a região do Minho regista em outubro uma temperatura máxima de 20,8 °C”.
“Ultimamente, tem-se registado desvios de mais de 10 °C, destacando o dia 09 de outubro em que houve um desvio de 13,7 °C, fazendo com que a temperatura máxima atingisse os 34,5 °C, um registo anormal para esta época outonal”, realça Salvador Rodrigues.
A falta de precipitação, que leva a uma situação de seca moderada, terá afetado certas culturas de regadio, mas Salvador Rodrigues menciona outros impactos na sociedade, como o aumento do consumo de garrafas de água, fuga para as praias e incêndios.
“A boa notícia é o fim anunciado desta onda de calor com a chegada de uma superfície frontal, na sexta-feira, e que trará a chuva”, conclui o investigador.
O clube MeteoFreixo foi criado em outubro de 2017 pelo agrupamento de Freixo, em Ponte de Lima e é um dos principais responsáveis pela rede de estações meteorológicas de Arcos de Valdevez e Paredes de Coura, tendo também criado o indíce de risco natural de incêndio e geada, certificado pelo Politécnico de Viana do Castelo, e que é uma importante ferramenta para prevenir incêndios.
Com duas estações meteorológicas (analógica e digital), o clube partilha os dados que recolhe com os Bombeiros de Ponte Lima, a GNR de Freixo e o com a Proteção Civil, através do Comando Sub-regional do Alto Minho.