A Sanjoanense acusa o árbitro Nélson Cunha, da Associação de Futebol de Viana do Castelo, de proferir um insulto racista a um jogador no jogo de domingo, em São João de Ver, a contar para a terceira jornada da fase de acesso à Liga 3.
Em comunicado, o clube de São João da Madeira mostra “profunda indignação e repudio para com os acontecimentos no final do jogo”.
“O nosso jogador, George Matlou, dirigiu-se ao árbitro Nelson Cunha no final da partida para questionar o porquê de ter sido expulso, ao que este lhe respondeu ‘no speak english’ (não falo inglês), vai lá para dentro macaquinho do c…’”, refere o clube.
“A AD Sanjoanense, clube eclético e quase centenário, não pode de forma alguma pactuar com esta situação e apoia incondicionalmente o jogador George Matlou, pugnando pelo apuramento dos factos e penalização exemplar do referido juiz”, acrescenta o comunicado da Sanjoanense, que saiu derrotada por 1-2.
Conselho de Arbitragem da AF Viana nega insulto racista
Entretanto, Fernando Costa Lima, presidente do Conselho de Arbitragem da AF Viana do Castelo, negou que Nélson Cunha, árbitro de terceira categoria, de 34 anos, natural de Valença, tenha proferido insultos racistas.
“O jogador foi expulso em período de compensação. Sofreu uma falta e o árbitro apitou falta a favor da Sanjoanense, mas depois o jogador pisou um adversário e foi expulso por agressão. No regresso dos balneários, acompanhado pela comandante da força da GNR presente no local, o jogador dirigiu-se ao árbitro que lhe disse ‘I don’t speak english’ [eu não falo português]. E foi somente isso que disse, não proferiu qualquer insulto racista. A comandante da GNR é a única testemunha ocular”, afirmou o responsável em declarações ao jornal O Jogo.
“É um árbitro extremamente correto, que respeita todas as etnias e cor, é humilde e que me disse que está de consciência tranquila. Ficou perplexo como é que o jogador inventou essa história. O árbitro só disse que não falava inglês”, reforçou.
Ministério Público investiga
Os factos foram remetidos para o Ministério Público, que investigará o caso, anunciou a GNR. “Não houve flagrante delito, tivemos conhecimento de que o jogador chegou perto dos elementos da Guarda e que se queixou de insultos racistas”, esclareceu o Comando da GNR de Aveiro.
Após averiguações, o Ministério Público poderá arquivar o caso ou abrir um processo-crime.