Os interrogatórios aos três detidos há uma semana numa operação por suspeitas de corrupção na Madeira, entre os quais o empresário doe Braga Custódio Correia, começaram esta quarta-feira a ser ouvidos no Campus de Justiça, em Lisboa, pelas 19:30, tendo os trabalhos sido interrompidos às 20:00.
Após mais um dia marcado por procedimentos ligados ao processo, o juiz de Instrução Criminal começou a ouvir o empresário Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, interrompendo os trabalhos pelas 20:00.
A continuação do interrogatório de Custódio Correia prosseguirá esta quinta-feira, a partir das 09:30, de acordo com fonte judicial.
Além de Custódio Correia, estão detidos o agora ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), e Avelino Farinha, do grupo AFA.
À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, o advogado de Custódio Correia, André Navarro de Noronha, manifestou-se satisfeito com o início dos interrogatórios, sublinhando que o empresário está disponível para “responder a todas as perguntas”.
“É um alívio começar. Espero que seja só um problema no motor de arranque e que agora empurrado o carro vá de uma vez”, observou.
Questionado sobre os trabalhos, André Navarro de Noronha referiu que o seu cliente vai responder a todas as perguntas que lhe fizerem, ressalvando que ainda está tudo numa “fase muito inicial”.
O defensor lamentou também a demora para o arranque dos interrogatórios, considerando que se trata de uma interpretação “à portuguesa” do que determina o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
“É no quinto dia, ao fim da quinta sessão que se inicia um interrogatório, quando a lei determina 48 horas para uma apresentação judicial. A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem estabelece como máximo quatro dias. Nós é com esta interpretação à portuguesa de que 48 horas é para iniciar e que depois há de ser o que nosso Senhor Deus quiser”, criticou.