Dezenas de pessoas montaram este sábado tenda no centro da cidade de Braga para protestar contra o aumento do custo de vida, numa iniciativa do “Movimento dos Mesmos de Sempre a Pagar”.
Domingos Veloso, porta-voz, explicou a O MINHO que esta foi uma demonstração em forma simbólica para mostrar “indignação perante a passividade do Governo relativamente à especulação e aumento do custo de vida”.
O responsável assegura que quem passava na rua, em plena Praça da República (frente à Arcada), “expressou a sua solidariedade com a acção e concordância com as exigências apresentadas”.
“Todos os dias sobem os preços, todos os meses os nossos ordenados e pensões ficam mais pequenos. A guerra tem as costas largas, as sanções caem-nos em cima e o governo não faz nada para parar a especulação desenfreada”, avalia.
Para dar um pontapé na crise, os protestantes exigem a fixação e regulação dos preços dos combustíveis, da energia e de todos os bens essenciais em particular dos bens alimentares.
Querem, também, a redução do IVA de 13% para os 6% no gás e de 23% para os 6% na electricidade, o aumento geral dos salários, reformas e pensões, o combate à especulação imobiliária e medidas que protejam as famílias do aumento dos juros e das rendas.
Domingos Veloso exige que “os combustíveis, a alimentação, os transportes, os medicamentos, o acesso à habitação e os bens essenciais tenham preços justos e suportáveis para a maioria”.
“Mesmo antes da guerra na Ucrânia os preços já estavam a subir. Há quem lucre com a desgraça alheia”, considera.
O porta-voz diz que estes aumentos “selvagens” que enfrentamos “vão ter efeitos nos preços dos alimentos e o Banco Central Europeu vai fazer a política do costume, aumentando as taxas de juro para salvaguardar o dinheiro dos ricos”.
“Com estas opções quem vai sofrer mais são aqueles que trabalham e que vão ter que pagar os empréstimos das casas a preços mais elevados”, acusa.
O movimento teme que os trabalhadores fiquem com ordenados em atraso e que “os senhores do dinheiro” aproveitem a crise para o negócio e prejudicar “ainda mais quem trabalha”.
“Se é necessário pagar a crise, então que se comece pela contribuição daqueles que em todas as crises se enchem à custa da desgraça da maioria”, considera o movimento.
“Exigimos que os lucros das grandes empresas financiem um fundo de combate à crise”, conclui Domingos Azevedo.