As sessões cineclubistas regressam em julho a Viana do Castelo, cinco meses depois de terem sido suspensas por falta de condições da sala de cinema onde decorriam desde 1994, anunciou, esta segunda-feira, a Associação Ao Norte.
“Ainda não é a solução definitiva (…), mas será a solução de curto e médio prazo para garantir a exibição cinematográfica, de autor, de forma regular em Viana do Castelo”, afirmou Rui Ramos, um dos responsáveis da associação de produção e animação audiovisual.
A suspensão daquelas sessões, em fevereiro passado, foi justificada “com as graves infiltrações de água que danificaram a sala de cinema e o equipamento de som” que a associação utiliza há 22 anos no cinema Verde Viana, instalado no primeiro centro comercial da cidade.
Segundo Rui Ramos, “a sala de cinema e o exterior do edifício foram alvo de obras de recuperação, um investimento de vários milhares de euros repartido pelo proprietário do imóvel e pela associação Ao Norte”.
“A sala de cinema dispõe agora de todas as condições para que sejam retomadas as sessões cineclubistas, o que vai acontecer a partir do dia 04 de julho”, adiantou.
Segundo aquele responsável “para compensar a ausência das sessões durante os últimos meses, a programação vai contar, até dezembro, com duas sessões semanais, respetivamente à segunda e à sexta-feira, às 21h45, apenas com um interregno que acontecerá, como habitualmente, em agosto”.
O realizador Luís Filipe Rocha desloca-se a Viana do Castelo para apresentar o seu último filme, Cinzento e Negro, no dia 04 de julho, “num recomeço das sessões de cinema de qualidade” naquela cidade.
Já a programação das sessões de sexta-feira “será dedicada às sessões especiais, e começa com o cinema soviético da década de 1960, com as obras de Larisa Shepitko, Mikhail Romm, Marlen Khutsiev, Nikita Mikhalkov, Elem Klimov e Andrei Konchalovsky.
Situado em pleno centro de Viana do Castelo, o centro comercial onde está situada a sala de cinema que acolhe as sessões cineclubistas, foi construído na década de 80.
Encontra-se “bastante degradado”, e com a maioria das lojas desocupadas.
Em fevereiro passado, aquando da suspensão das sessões de cinema, Rui Ramos adiantou que, “face à degradação de grande parte do edifício, o proprietário não está interessado em investir na sua recuperação.
O responsável revelou na ocasião ter encetado “vários contactos para tentar encontrar um espaço alternativo para retomar as sessões cineclubistas, mas sem resultados” e lamentou, o encerramento do auditório do Grupo Desportivo e Cultural dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (GDCTENVC).
“Já nem com o auditório do grupo desportivo podemos contar porque fechou em dezembro passado”, disse.
De acordo com os números avançados pela associação, desde 1994 foram realizadas 54 sessões cineclubistas por ano que contaram, cada uma, em média com 66 espetadores.
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