A aldeia espanhola com 44 casas, igreja, escola, albergue, piscinas e quartel de polícia, abandonada há 30 anos, e que estava no mercado por 260 mil euros foi vendida por 300 mil a um empresário espanhol, isto depois de os proprietários terem descido o preço anterior de 6 milhões.
De acordo com o jornal La Opinión de Zamora, a propriedade foi vendida ao empreiteiro Óscar Torres, dono da Iniciativas FAOS, uma construtora especializada em restauros e hotelaria. E será mesmo esse o propósito do empresário – restaurar e tornar o empreendimento numa estância turística.
“Sempre quis comprar uma aldeia no Norte de Espanha, e quando o meu filho recebeu uma notificação sobre esta venda, decidi logo que não me iria escapar. É uma zona muito interessante, rica na fauna e na flora. Este povoado tem tudo”, disse o novo proprietário, citado pelo jornal El Español.
Com vista a criar um espaço que conjuga turismo de natureza, eventos, desportos radicais, entre outras ideias, o empreiteiro estima investir até cinco milhões de euros, mas avisa que dependerá de ajudas da Junta de Castela e Leão e do próprio Governo de Espanha.
“Posso investir parte dos fundos, mas tem de existir ajuda ou é impossível levar o projeto avante. É uma oportunidade para todos, pode ser um projeto pioneiro para a Espanha profunda”, considerou, citado pela mesma fonte.
Segundo o portal imobiliário Idealista, responsável pelo negócio, chegaram “ofertas da Arábia Saudita, Rússia, Brasil, Reino Unido… investidores de mais de 20 países”.
Algumas propostas, garante a consultora Royal Invest, que representa os anteriores proprietários, chegaram aos 600 mil euros, mas foi Torrez quem levou a melhor, por ter 20 anos de experiência no setor da construção e contar com o apoio de um fundo de investimento chileno.
Salto de Castro está situada num topo de serra, ao pé da barragem do Castro, em Zamora, na fronteira com Miranda do Douro, já território português em Trás-os-Montes. E para os interessados, fica a menos de três horas de viagem a partir de Braga, seguindo pela A4 a partir da A11.
A aldeia foi construída na década de 1980 para albergar trabalhadores e famílias dos funcionários que construíram e trabalharam na central hidroelétrica, mas a evolução tecnológica acabou por acabar com os seus empregos, ficando o vilarejo ao abandono desde 1989.
No início deste milénio, a Iberdrola (responsável pela construção da barragem) vendeu a aldeia a privados, de forma a transformar o espaço num local turístico uma vez que está integrado no Parque Natural das Arribas do Douro. Contudo, os planos nunca foram adiante.