A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) adjudicou à empresa bysteel, do Grupo DST, de Braga, o fabrico da estrutura metálica para um detetor de matéria escura, que será instalado a 1.400 metros de profundidade no Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália.
Darkside-20k é o nome do detetor que faz parte de Darkside, um projeto de colaboração entre universidades da Europa e dos Estados Unidos da América que procura provar diretamente a existência de matéria escura na forma de “partículas massivas de interação fraca.”
Em comunicado, a empresa explica que este contrato, cujo valor não foi revelado, referente a parte dos trabalhos do CERN na construção do Darkside-20k, contempla o fabrico da superestrutura para um reservatório em forma de cubo, com 12 metros de altura e terá capacidade para 730 toneladas de árgon líquido.
“Este será um dos maiores detetores de matéria escura do mundo”, salienta o comunicado enviado a O MINHO.
A superestrutura foi dimensionada para suportar a pressão hidrostática do árgon líquido, bem como as temperaturas que o próprio detetor poderá atingir. Para cumprir estes requisitos, foi prescrita uma liga especial de aço capaz de manter as suas propriedades mecânicas a 50 graus centígrados negativos.
“Trabalhar com o CERN num projeto que poderá protagonizar as maiores descobertas do nosso tempo sobre matéria escura é sem dúvida um marco que qualifica, acima de tudo, o rigor e a qualidade do que fazemos.”, afirma Ricardo Portela, administrador da bysteel, citado no comunicado.
“Planeado para entrar em funcionamento em 2023, o Darkside-20k será o mais sensível detetor de matéria escura alguma vez desenvolvido”, vinca a empresa.
O Laboratório Nacional de Gran Sasso, especializado no estudo de física de partículas e física nuclear, é um dos maiores centros de pesquisa subterrâneos do mundo, localizado entre as cidades de Áquila e Téramo, perto da montanha de Gran Sasso.