Os visons-americanos voltaram a ser visíveis no rio Cávado, em Barcelos, e um deles ‘encarou’ a objetiva de Marco Alves, que o fotografou junto à ponte medieval.
O músico, apaixonado por fotografia, partilhou a imagem nas redes sociais e conta como conseguiu captar o belo momento, na quinta-feira.
“Estava eu por volta das nove e pouco da noite a fazer umas fotos de paisagem na ponte medieval de barcelos, até que me deparo com um barulho estranho e quando olho vejo três visons-americanos ao longe”, começa por relatar.
“Ao início pareciam me lontras bebés, mas mais tarde vi que não. Com a máquina toda configurada para paisagem e no tripé, foi o tempo de mudar para modo de poder fotografar os bichinhos e isto foi o melhor que consegui. Mesmo com a trapalhada por nunca ter visto um destes e não ter a lente certa para o efeito, com pouco luz, mas foi fantástico pelo registo e o encontro”, sublinha Marco Alves.
Como O MINHO tem noticiado, nos últimos anos têm sido vistos visons-americanos no rio Cávado, em Barcelos.
O vison-americano, Neovison vison, é um mamífero da família mustelidae e está relacionado com doninhas e lontras.
A moda acabou por ser a razão de ter ‘viajado’ do continente norte-americano para o europeu. “Foi introduzida na Europa para criação em quintas para o comércio de peles. No entanto, quer por fugas de animais a partir destas quintas, quer pela sua libertação deliberada e ilegal por parte dos proprietários das quintas, quando a atividade deixa de ser rentável, ou por grupos de defesa dos direitos animais, estabeleceram-se populações ferais em grande parte da Europa”, pode ler-se na tese de mestrado em Biologia da Conservação de Ana Duarte.
“Em Portugal, o vison-americano foi introduzido na década de 80, sendo provavelmente proveniente de quintas de criação localizadas na região da Galiza, existindo apenas uma quinta de criação em Portugal, na cidade de Valença do Minho”, refere o mesmo estudo, que alerta que o vison-americano “pode ainda vir a afetar negativamente as populações de rato-de-água (Arvicola sapidus) e as populações de anfíbios já de si debilitadas”.
“Atualmente, a introdução de espécies exóticas é considerada uma das principais ameaças à diversidade biológica”, sublinha a tese de Ana Duarte.
De acordo com a bióloga Joana Soto, ouvida pela Jornal de Barcelos (JB) a propósito dos avistamentos destes animais no rio Cávado, o vison-americano representa uma “ameaça” para as espécies nativas, mas o seu impacto neste território ainda carece de estudos.
Joana Soto refere que o maior perigo que o animal representa é comer ovos das aves que habitam as margens do rio e fazem ninhos no solo, salientando que é uma espécie muito recente em Portugal e que “ainda se está a adaptar ao habitat”.