O homem de 29 anos acusado de matar o pai à facada para se vingar de abusos sexuais e maus-tratos que sofreu foi condenado, ontem, a 17 anos e meio de cadeia.
Já o cúmplice do homicida foi condenado a cinco anos e meio de prisão efetiva.
O homicida, Nuno Novais, terá que indemnizar os três irmãos em 76.500 euros e o cúmplice, Pedro Campos, em 13.500.
De acordo com o Correio da Manhã, que avança a notícia, a defesa do homicida, que em tribunal confessou os crimes justificando-os com vingança pelos abusos sofridos, vai recorrer por considerar a pena excessiva.
Como O MINHO noticiou, segundo a acusação, Nuno Novais matou o próprio pai a golpes de navalha “para vingar comportamentos passados”.
O arguido recorreu à navalha para matar o pai, na casa deste, depois de falhar uma tentativa de o asfixiar com um corda.
“Após troca breve mas exaltada de palavras, logrou passar-lhe uma corda em volta do pescoço e apertar”, segundo a acusação.
Como a corda rebentou e a vítima “fez menção de reagir”, o arguido “sacou de uma navalha, abriu-a e com a mesma golpeou o seu pai por várias vezes, com tudo lhe causando a morte”, acrescenta.
Os factos ocorreram em 05 de setembro de 2019, entre as 22:00 e as 22:30, em Canedo de Basto, uma localidade do concelho de Celorico de Basto.
O arguido estava acusado pela autoria de homicídio qualificado.
O amigo “aceitou ajudá-lo, acompanhando-o à residência da vítima, ficando no exterior a vigiar e para acudir, se necessário fosse”.
O alegado autor material do homicídio, de 28 anos, foi detido em janeiro deste ano após regressar de um país europeu para onde fugira, informou nessa ocasião a Polícia Judiciária (PJ) de Braga.
Referindo-se ao crime, a PJ referiu, num comunicado então emitido, que o presumível autor atuou “num quadro de grande violência, motivado por sentimentos de raiva e vingança” contra o pai, de 54 anos.
Já a Procuradoria do Porto, numa alusão às motivações do alegado homicida, afirma apenas que agiu “para se vingar por comportamentos passados” da vítima.