As eucaristias nas paróquias de Dornelas, Figueiredo, Paredes Secas e Vilela, no concelho de Amares, estão suspensas desde o início de julho depois do pároco local ter sido aconselhado a permanecer em quarentena, ainda que um pouco contra sua vontade.
Através das redes sociais, o padre explica o motivo da quarentena forçada e fala de uma expectativa para que pudesse celebrar as eucaristias à porta fechada, que saiu gorada.
Conta que, no passado dia 27 de junho, jantou com um amigo que acusou positivo para covid-19. Quando o pároco tomou conhecimento da infeção do amigo, deslocou-se a uma unidade de saúde para fazer o teste de despistagem à doença, com o resultado a dar negativo.
Apesar de não estar infetado com o novo coronavírus, o sacerdote foi contactado pela delegação de saúde local para que cumprisse um período de isolamento profilático entre os dias 29 de junho e 12 de julho, face ao “perigo de contágio”.
“Afinal, qual seria o risco de fazer uma caminhada, dar uma volta de bicicleta, visitar a minha mãe (mantendo-me à distância como o faço desde março) ou até mesmo descer à Igreja para celebrar sozinho”, questionou o sacerdote através das redes.
O padre conta que, no dia 03 de julho, enviou um mail à delegação de saúde a pedir alteração das datas, por ter tido contacto com o infetado no dia 27, e não a 29. Todavia, não obteve resposta.
Visivelmente aborrecido por estar em quarentena, lamenta que, caso transgrida, corra em risco de crime de desobediência agravada.
O pároco vai mais longe a fala em “papalvos da República” que “alardoam” que “estamos num país livre”.
“Uma vergonha. A propalada liberdade importa para mendigar votos, branquear empregos e regalias, satisfazer interesses corporativos e partidários. O resto, somos carne para canhão”, desabafa o sacerdote, conhecido por alguns comentários mais polémicos nas redes sociais.