A Câmara de Amares vai conceder o Mosteiro de Santo André de Rendufe à exploração através do programa REVIVE, considerando ser a “única forma” de “valorizar e dar dignidade” àquele património, anunciou hoje aquela autarquia.
Em comunicado enviado hoje à Lusa, a autarquia explica que aprovou um protocolo de colaboração para conceder aquele Mosteiro, Imóvel de Interesse Público desde 1943, à exploração para uma unidade hoteleira ao abrigo do programa REVIVE, “que abre o património ao investimento privado para o desenvolvimento de projetos turísticos, através da concessão da sua exploração por concurso público”.
Segundo a autarquia, o protocolo, celebrado entre a Direção Regional de Cultura do Norte, a Fábrica da Igreja Paroquial de Santo André, o município de Amares e a Junta de Freguesia de Rendufe, reconhece o “grande valor patrimonial do Mosteiro de Santo André de Rendufe, como uma das marcas indeléveis da sua importância histórica (monástica), que estes edifícios tinham em Portugal, e que a sua reabilitação comporta grandes encargos financeiros que o Estado dificilmente poderá sozinho assumir”.
Dada a importância reconhecida, a autarquia salienta o “interesse em conceder este monumento à exploração para uma unidade hoteleira ao abrigo do Programa REVIVE, mediante um contrato de concessão de exploração, precedido de concurso público, no âmbito do qual o concessionário se comprometa a reabilitar este monumento e disponibilizá-lo à fruição pública concomitantemente à construção da unidade hoteleira pretendida, sendo-lhe atribuída para este efeito uma área do Mosteiro”.
No texto, ao presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, refere que o Mosteiro de Rendufe tem “um grande potencial para nele se poder fazer uma reabilitação, transformando-o numa unidade hoteleira atrativa e de referência”.
“Esta é a única forma que temos de valorizar e dar àquele monumento a dignidade que merece, uma vez que o Estado, por si só, dificilmente conseguiria assumir uma intervenção”, refere o presidente da autarquia, Manuel Moreira, acrescentando esperar “haja investidores a reconhecer o potencial daquele imóvel e possam, assim, resolver de forma célere” o destino do imóvel.
O protocolo, acrescenta a autarquia, reconhece “o direito de uso vitalício que a Arquidiocese de Braga e a Fábrica da Igreja Paroquial detêm sobre” o mosteiro, “concretamente a área da antiga residência paroquial, respetivo Passal e outras áreas dedicadas a apoiar a Igreja nas suas atividades formativas e caritativas, e que são necessárias a incluir no projeto para a promoção da unidade hoteleira, de molde a poder assegurar-se a sua rentabilização” assumindo “o compromisso de garantir à Igreja espaços alternativos capazes garantir a mesma finalidade”.
A autarquia anunciou ainda ter aprovado um protocolo com a Fábrica da Igreja Paroquial de Santo André com vista a disponibilizar de 230 mil euros para “construção de uma infraestrutura de caráter religioso e/ou social, destinada a substituir as áreas cedidas ao abrigo do protocolo estabelecido no âmbito do programa REVIVE”.