O Presidente da República apresentou, este sábado, “os mais sinceros sentimentos à família” de Júlio Castro Caldas, antigo ministro da Defesa no Governo de António Guterres, que faleceu hoje.
“O Presidente da República apresenta os mais sinceros sentimentos à família de Júlio Castro Caldas, que acaba de nos deixar”, lê-se na nota, a propósito do óbito do advogado natural de Arcos de Valdevez.
O chefe de Estado recorda que Castro Caldas foi “fundador da Sedes, deputado da Aliança Democrática entre 1980 e 1983 e um histórico do PSD, com grande atividade política logo entre 25 de abril de 1974 e 25 novembro de 1975, aproximou-se mais tarde do PS, tendo sido ministro da Defesa Nacional de António Guterres; enquanto Bastonário da Ordem dos Advogados destacou-se também aí pela defesa da liberdade e da democracia”.
“Ao lembrar a antiga amizade, o Presidente da República presta-lhe sentida homenagem”, conclui o texto colocado hoje no site da Presidência da República.
Castro Caldas “morreu esta manhã” e ainda não são conhecidos detalhes sobre as exéquias fúnebres, indicou à Lusa fonte oficial da Ordem dos Advogados.
Castro Caldas foi ministro da Defesa no segundo Governo de António Guterres entre 1999 e 2001 e bastonário da Ordem dos Advogados portugueses em dois mandatos, de 1993 a 1999.
Antes de ser ministro, Júlio Castro Caldas já tinha sido deputado no parlamento entre 1980 e 1983, após ter sido eleito pelo PSD no círculo eleitoral de Viana do Castelo.
O antigo governante foi um dos sócios fundadores da CLA – Advogados e ainda, no âmbito da advocacia, presidente da Federation dês Barreaux d’Europe (1997-1999), vogal-tesoureiro do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (1983/1985) e vogal do Conselho Distrital da Ordem dos Advogados (1977/1980).
Entre novembro de 2001 e 2012, Castro Caldas desempenhou funções como vogal do Conselho Superior do Ministério Público.
O ex-ministro da Defesa, que se licenciou em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, fundou também a associação SEDES e a Sociedade Portuguesa de Arbitragem.
Paralelamente, foi membro da Associação portuguesa de Recursos Hídricos e membro da AIDA Portugal – Secção Portuguesa da Associação Internacional do Direito dos Seguros.
António Costa destaca generosidade e dedicação política
O secretário-geral do PS destacou Júlio Castro Caldas como um “homem muito generoso” e “sempre dedicado e empenhado politicamente”, notando que “deixa uma enorme saudade”.
“Foi um grande profissional, um homem muito generoso, sempre dedicado e empenhado politicamente”, nomeadamente enquanto ministro da Defesa do Governo de António Guterres”, afirmou António Costa no Porto, em declarações aos jornalistas à entrada da reunião da Comissão Nacional socialista.
O líder socialista referiu ainda que Castro Caldas foi seu “patrono” na advocacia.
“Era uma pessoa por quem eu tinha grande admiração”, observou o também primeiro-ministro.
Ministro da Defesa lamenta morte de “defensor do interesse público”
O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, lamentoua morte da Castro Caldas, que descreveu como um “homem brilhante, sempre defensor do interesse público”.
“Lamento profundamente o falecimento de Júlio Castro Caldas, antigo ministro da defesa. Tive o privilégio de trabalhar com ele enquanto representante do Estado português na OGMA [Indústria Aeronáutica de Portugal]”, disse Gomes Cravinho, numa publicação na rede social Twitter.
Ordem dos Advogados manifesta “mais profundo pesar”
A Ordem dos Advogados manifestou o “mais profundo pesar” pela morte do antigo bastonário e ministro da Defesa Júlio Castro Caldas e apresentou “sentidas condolências à família”.
“O senhor bastonário Dr. Guilherme Figueiredo e o Conselho Geral manifestam o seu mais profundo pesar pelo falecimento do senhor bastonário Júlio Castro Caldas e apresentam sentidas condolências à família”, lê-se numa nota publicada na página da internet da Ordem dos Advogados.