Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, voltou a assumir que pretende vender o Estádio Municipal. Segundo o autarca, trata-se “de um objeto de coleção e de arte que representa uma fatura muito pesada para o Município e sem qualquer tipo de oportunidade de rentabilização”.
“Se conseguirmos identificar um projeto de alienação deste encargo, desta peça de arte, naturalmente que não a enjeitaremos porque estes recursos que estamos a aplicar no estádio de forma contínua poderão ser mais úteis para outras responsabilidades municipais”, disse Ricardo Rio à “Antena 1”.
A Câmara tem perdido diversas batalhas jurídicas com o consórcio de construção do estádio, além de outras despesas.
Com o custo de 157 milhões, de acordo com o Tribunal de Contas, o custo final sobe 20 milhões, para 177 milhões, em consequência de três sentenças judiciais: quatro milhões a pagar ao arquiteto; seis milhões ao consórcio ASSOC/Associados (de trabalhos a mais na obra) e um terceiro de 10 milhões que está pendente de recurso camarário no Tribunal Central Administrativo do Norte, e que, atendendo a que o Município já foi condenado duas vezes em julgamento na primeira instância, deve culminar com a confirmação da sentença.
Quando o projeto para o Euro 2004 foi apresentado à UEFA, a estimativa para o estádio de Braga era de 35 milhões. Quando foi adjudicado à ASSOC, o preço subiu para 43,8 milhões. A que há que somar expropriações, custo do projeto arquitetónico e de engenharia, arranjos exteriores, e custos de financiamento bancário, já que a atual Câmara ainda paga seis milhões por ano aos bancos.