Era numa moradia situada na freguesia de Turiz, em Vila Verde, que estavam escondidas as 52 jantes e pneus de automóveis topo de gama furtados no Porto, sendo um anexo da vivenda de família desta pacata localidade o esconderijo descoberto pela GNR de Braga.
O locatário é dono de um stand de automóveis situado no distrito de Braga, mas não em Vila Verde, tendo sido apanhado em flagrante delito com 52 conjuntos de jantes e pneus de automóveis de topo de gama, furtados no Porto, com um valor superior a 30 mil euros.
A vaga de furtos de jantes em carros estacionados não só na via pública, como dentro de garagens, com os golpes a demorarem poucos minutos e deixando no seu lugar tijolos ou outros suportes, causando alarme, principalmente nos proprietários de carros mais caros.
A GNR de Braga acredita que esta apreensão, além de recuperar mais de meia centena de jantes e pneus, servirá para consolidar prova e chegar até ao núcleo do grupo responsável pela recente vaga de furtos em todo o distrito do Porto e em especial na cidade do Porto.
As jantes e pneus confiscados durante a operação policial eram sobretudo de automóveis das marcas BMW e Audi, mas também da Renault, tratando-se de conjuntos cujo valor oscilará entre quatro a cinco mil euros (nos BMW) ou dois a três mil euros (nos Renault).
Foi a partir de indícios que o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Destacamento da GNR de Braga chegou esta terça-feira à noite até essa moradia, em Turiz, Vila Verde.
Confrontado com a situação, pelos investigadores da GNR de Braga, aquele comerciante acabou por consentir uma busca domiciliária, tendo sido constituído arguido e sujeito ao termo de identidade e de residência, aplicado pela própria Guarda Nacional Republicana.
As jantes com os respetivos pneus foram então removidas da residência, entre as 23:30 e as 03:00 horas da madrugada de quarta-feira, estando já apreendidas no Posto da GNR de Prado, para serem entregues aos seus proprietários, à medida que forem identificados pela GNR.
Um dos recetadores do grupo
A GNR apurou que o suspeito, de 39 anos, será pelo menos um dos principais recetadores do grupo que se dedica a furtar as jantes, supostamente por encomenda, em grande parte através da internet, mas também pessoalmente, como foi denunciado há cerca de um mês.
O comandante do Destacamento da GNR de Braga, capitão Adriano Fortes, afirmou a O MINHO que “a nossa principal preocupação foi logo recuperar todos estes bens furtados, sabendo-se que em poucas horas poderiam sair do local, pelo que não dava para arriscar”.
Segundo o mesmo oficial da GNR, “as investigações prosseguem para chegar mais longe neste caso, até porque temos outros elementos que nos poderão permitir esclarecer tudo”.
Confirmando que os autores dos furtos visavam sempre viaturas de gama alta, no distrito do Porto, tendo como o modus operandi furtar as jantes e deixar os veículos em cima de tijolos ou outros suportes, o capitão Adriano Fortes não adiantou para já mais pormenores, dizendo “haver mais diligências em curso”, além do processo estar em segredo de justiça.
Vaga de furtos desde 2017
O elevado número de furtos de jantes começou no último trimestre de 2017, mas a vaga de casos aumentou logo nos primeiros dias deste ano, tendo sido mais conhecida com os casos na cidade do Porto, mas também em meados de janeiro pelo furto das quatro jantes de um Mercedes AMG Coupé, do treinador do Belenenses, Quim Machado, estacionado à porta da sua moradia, na Praça Conde de São Bento, no centro da cidade de Santo Tirso.
Tudo indica que pelo menos uma parte substancial das jantes furtadas seja escoada para outros países europeus, embora pela internet haja indicações da venda de jantes bastante abaixo do seu valor comercial, no território nacional, tratando-se de peças quase novas, o que confirmará a existência de um mercado paralelo muito ativo igualmente em Portugal.