ARTIGO DE JOSÉ MIGUEL SILVA
Presidente da Juventude Popular de Vila Nova de Famalicão e jurista.
Num ano normal, (entenda-se em qualquer um dos que vivemos até agora) estaríamos desdobrados entre jantares de Natal com os vários grupos de trabalho e de amigos, as compras de Natal e até as nossas próprias perspectivas para o próximo ano.
Porque, para nós, Portugueses e latinos com muito orgulho é disso que o Natal se trata.
Por um lado, é sempre uma desculpa para aquilo que mais gostamos, o convívio.
É nesta altura que todos os nossos amigos que estão fora regressam a casa e por isso lá vamos nós tomar aquele café, beber um copo ou até jantar com aquele amigo que não vemos mais durante o ano.
No entanto, em 2020, para quem não é comunista, tudo isso nos foi vedado.
Este ano, fruto da pandemia, temos todos de nos resguardar, e acima de tudo, nós, os mais novos devemos resguardar os mais velhos que nos são próximos e por isso é nosso dever ficar em casa, como aliás a juventude tem feito desde o início da pandemia, ainda antes de o Governo ter tido a coragem de decretar o primeiro Estado de Emergência, que aliás ao contrário de todos os outros foi decretado tarde e a más horas.
Esta pandemia é uma oportunidade para percebermos o que nos é essencial como as nossas relações humanas, familiares e de amizade.
Nos próximos anos, temos de continuar a ser solidários uns com os outros, uma vez que percebemos que todos dependemos uns dos outros.
2020 foi acima de tudo uma desafio para todos enquanto sociedade civil, nomeadamente da forma como nos protegemos e defendemos os nossos interesses.
Neste ano, os portugueses não estiveram à espera que o Governo os confinasse, fomos nós que tomamos essa iniciativa ainda antes do Governo decretar o Primeiro Estado de Emergência para nos protegermos mas acima de tudo para que o nosso Sistema Nacional de Saúde não colapsasse.
Isto aconteceu entre Março e Abril.
Desde então os portugueses souberam ter uma postura de pro-actividade dando espaço para que as organizações se preparassem para uma segunda e terceira vaga da pandemia.
Se enquanto os privados conseguiram criar condições de tele-trabalho dando condições de segurança e garantia para os particulares, não é certo que o Estado tenha feito o mesmo.
Na verdade, nestes meses, o Estado em vez de preparar o SNS nem fez acordos com privados mas teve tempo de preparar um acordo para gastar mais 1700 milhões na TAP.
Quem paga agora esta factura são os pequenos comerciantes, pois são os principais visados destas medidas que cada vez mais condicionam as liberdades de qualquer cidadão.
Em 2021, teremos de continuar solidários uns com os outros, praticar mais o exercício da bondade, e esperar acima de tudo que haja bom senso por parte de quem nos governa pois só assim conseguiremos, juntos, combater o enorme flagelo económico e social que está aí e que infelizmente tende a agravar.
Vai ficar tudo bem.