Futebol
Vitinha transferido por valor histórico e meio milhão está a caminho de Cabeceiras de Basto
Quem o viu crescer não tem dúvidas que Vitinha vai “trabalhar” até chegar “ao topo”
O SC Braga transferiu Vitinha para o Marselha, por 32 milhões de euros, naquela que é a maior transferência da história do clube. Essa transação vai render cerca de meio milhão de euros ao clube que o formou até aos juvenis, o Águias de Alvite, de Cabeceiras de Basto, através do mecanismo de solidariedade.
Foi no pequeno clube dedicado à formação que Vitinha, natural da vila de Cavez, deu os primeiros toques e começou a dar nas vistas. Por estes dias, no clube, ninguém esconde a alegria. “Sinto-me feliz pela felicidade dele”, refere o coordenador Bernardino Dourado.
O MINHO sabe que o clube de Cabeceiras de Basto vai receber entre 450 e 500 mil euros através do mecanismo de solidariedade da FIFA, que dá percentagem da transferência ao clube formador.
A transferência para a conta do Águias de Alvite ainda não foi feita, nem ninguém falou com os responsáveis do clube. “Ainda só foi ontem”, lembra o coordenador. Contudo, o clube sabe que tem as condições para receber o montante, já que se constituiu como Entidade Formadora da Federação Portuguesa de Futebol para que isto pudesse eventualmente acontecer.
Para já, ainda não há planos definidos para esta verba inédita a entrar nos cofres do modesto emblema. Mas não há dúvidas que há vontade de fazer uma obra que “fique para o futuro, que marque o momento” e homenageie Vitinha, o “padrinho” das futuras obras de melhoramento.
Ideias não faltam: requalificação dos balneários, terminar a bancada (está a dois terços) e acabar a renovação da eletricidade no campo. “Há muitas coisas que se podem fazer”, refere o coordenador a O MINHO.
Atualmente, o Águas de Alvite tem cerca de 140 atletas e equipas em todos os escalões de formação da Associação de Futebol de Braga. “Todas bem classificadas, temos uma formação competitiva e miúdos cobiçados pelos ‘grandes’. Inclusivamente um está neste momento a treinar no Braga também”, diz.
Bernardino Dourado sente-se “muito satisfeito” pelo trabalho realizado, embora reconheça as dificuldades em trabalhar “numa terra destas, com poucas crianças e onde os apoios não chegam”.
O Águias de Alvite está, desde 2012, ligado às escolas do SL Benfica, embora compita com o nome original.
“Vai sempre trabalhar, trabalhar, trabalhar, seja onde for, até ir ao topo”
O coordenador do clube viu-o crescer como jogador e realça que o Vitinha “sempre se destacou dos outros”. “Gostava muito de trabalhar, tinha muita energia e vontade”, conta.
O Águias de Alvite sempre esteve habituado a ‘exportar’ jogadores para os ‘grandes’. Alguns saíram “mais cedo” para clubes como o vizinho Vitória SC, mas o Vitinha “nunca foi”. “Ficou sempre connosco até ao segundo ano de juvenil”, lembra. O atleta integrou a equipa de juniores do SC Braga em 2017/2018.
“Nesse último ano de juvenil, achámos que estava na altura de ele dar o salto e ir para um clube melhor, com melhores condições, mais treinos e melhores treinadores. Fizemos um ‘forcing’ para ele entrar num clube desses, fizemos duas ou três tentativas. Foi treinar ao Benfica e ao Braga, e, no Braga, adoraram o miúdo. E ele adorou o Braga, acho que ficou bracarense para toda a vida”, afirma.
O gverreiro Vitinha tem uma mensagem para ti 💬#ObrigadoVitinha pic.twitter.com/gI8EHagpDy
— SC Braga (@SCBragaOficial) February 1, 2023
Durante os primeiros anos da formação, Bernardino lembra um atleta que marcava golos e jogava muito. “Costumava dizer que ele até à baliza jogava bem se quisesse”, brinca. Depois, no Braga, foi sempre um “guerreiro”.
“Há muita gente que diz que ele não tem técnica, eu não concordo com isso. Eu sempre achei que ele foi e é um miúdo cheio de técnica, mas é aquela técnica de jogo, que é mesmo precisa. Ele não precisa de dar quatro toques na bola para fazer aquilo que quer, com um ou dois faz o que é preciso. Essa é que é a técnica mais preciosa”, atira.
Jogador esteve cinco anos e meio em Braga. Foto: SC Braga / Arquivo
Para além disso, gaba-lhe também a inteligência a jogar. “Mas tudo isto desenvolveu no Braga, como é evidente”, reconhece.
Foto: SC Braga / Arquivo
O coordenador mostra-se satisfeito por esta transferência para o Marselha, que foi oficializada na terça-feira. Contudo, não tem dúvidas que o Vitinha “não vai parar” no clube francês. “Continuo a achar que vai mais longe”, sublinha.
“Apesar de o Marselha já ser um clube grande, acho que vai mais além, tem essas condições e nunca vai perder uma coisa: vai sempre trabalhar, trabalhar, trabalhar, seja onde for, até ir ao topo. Tenho a certeza que sim”, refere.
Apesar deste voo para longe, o responsável do clube de Cabeceiras de Basto não duvida que o “humilde” Vitinha não vai esquecer as raízes, os amigos e a família. “Ele nunca esqueceu o caminho para casa”, remata.
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