A Câmara de Arcos de Valdevez aprovou, esta sexta-feira, a abertura de um concurso para a realização de sondagens arqueológicas no sítio da Alto da Pedrada, no ponto mais alto da serra do Soajo, naquele concelho do Alto Minho.
O concurso, com valor base de 11.500 euros, servirá para comprovar a informação avançada em maio de 2019, de que existirá rastro de um acampamento militar, anterior ao século V, que poderá ser preservado, apurou O MINHO junto de fonte relacionada com arqueologia.
Segundo avança a autarquia, este projeto “está integrado” num esforço ibérico de “investigação dedicado ao estudo das relações estabelecidas entre o exército romano e as comunidades indígenas do Noroeste da Península Ibérica”. O projeto é coordenado por João Fonte, investigador do grupo científico Romanarmy.eu.
“Esta intervenção contribuirá para a posterior valorização desta importante estação arqueológica do nosso concelho, e, ao mesmo tempo para a dinamização cultural e turística de Arcos de Valdevez”, refere a mesma nota.
O Alto da Pedrada é o ponto mais alto do concelho arcuense, com cerca de 1.500 metros de altitude.
Segundo João Fonte, o local está muito bem conservado por estar dentro da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês e por não ter tido grande impacto antrópico.
Com cerca de um hectare de extensão, o investigador afirmou que poderá ter acolhido “cerca de mil soldados” durante o final do século I a.C.
Apesar das evidências arqueológicas encontradas, a equipa de investigadores pretende agora “trabalhar esses locais”, uma vez que é ainda necessário “saber quais os momentos históricos a que se referem, e contextualizá-los”.
O objetivo da equipa passa por, durante a primavera e verão do próximo ano, arrancar com a primeira campanha para “validar o caráter e cronologia” dos mesmos.
“Se os primeiros resultados forem promissores, aí sim, vamos tentar avançar com um projeto mais amplo e, até pode ser que surjam outros sítios, porque a identificação destes locais ainda não terminou”, concluiu.