Vai a sepultar segunda em Cerveira um dos operários que morreram esmagados

A outra vítima, imigrante do Bangladesh, deixa três filhos menores
Foto: Imagem CMTV

Filipe Fraga, de 38 anos, e Jamal Udin, de 39, foram as duas vítimas mortais do acidente de trabalho, na manhã de sexta-feira, na empresa Fundilusa, empresa de fundição de metais de hélices para navios, na zona industrial de Campos, em Vila Nova de Cerveira.

O acidente deu-se pelas 05:40, quando o molde de o molde uma hélice, com cerca de oito toneladas, cedeu e atingiu os trabalhadores, que ficaram soterrados em areia.

“Tentámos tirá-los, mas não conseguimos”, disse ao Correio da Manhã o adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Cerveira, Jaime Santos, acrescentando que um terceiro operário ficou ferido e foi hospitalizado.

“Recorremos às gruas da empresa para retirar os tabuleiros e resgatar os corpos manualmente”, acrescentou.

Filipe Fraga, natural da freguesia de Lovelhe, residia já há vários anos em Campos, com a companheira. Deixa um filho de uma relação anterior.

A vítima de 38 anos será sepultada segunda-feira no cemitério de Campos.

Jamal Udin, natural do Bangladesh, também vivia em Campos com a mulher e três filhos, todos menores.

O operário de 39 anos era a única fonte de rendimento da família e a Junta da União de Freguesias de Campos e Vila Meã já se mostrou disponível para apoiar “na medida do possível”.

“Na segunda-feira vão acionar o seguro e a segurança social para dar apoio à família. Como esses procedimentos administrativos são demorados, a Junta de Freguesia – e possivelmente a Câmara Municipal, com quem irei entrar em contacto – prontifica-se apoiá-los no imediato”, adianta a O MINHO o tesoureiro da Junta, Elvis Graça, que logo a seguir ao acidente entrou em contacto com a família para prestar solidariedade e aferir das necessidades da mesma.

“A comunidade [do Bangladesh naquela zona] está-se a unir para ajudar essa família”, realça Elvis Graça, referindo que, de acordo com os interlocutores daquela comunidade, o corpo “já não iria para o Bangladesh, mas para uma mesquita em Lisboa e a empresa asseguraria o custo”.

A Autoridade para as Condições de Trabalho irá apurar as circunstâncias e as responsabilidades do acidente.

 
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