Regressar à escola com poucos sustos, mas com ainda menos surtos (assim seja)

Por Vânia Mesquita Machado
Regressar à escola com poucos sustos, mas com ainda menos surtos (assim seja)

Artigo de Vânia Mesquita Machado

Humanista. Mãe de 3. De Braga. Pediatra no Trofa Saúde – Braga Centro.

REGRESSAR À ESCOLA/
CONTROLAR A PANDEMIA
– com poucos SUSTOS
– mas ainda menos SURTOS
Assim todos queremos.
Por isso, COLABOREMOS.

– Antes da pandemia, setembro era sinónimo de preparar o REGRESSO ÀS AULAS.
A vontade de rever os colegas a crescer, ou o nervoso miudinho por mudar de escola,e querer conhecer a turma onde rapidamente se faziam novas amizades.

– Sem ninguém contar, o nosso MUNDO a virar do AVESSO, de repente, por um VÍRUS que ninguém vê mas que EXISTE, realmente.

– Nada é o que era.
Mas de nada adianta o lamento ou a revolta, e MUITO MENOS a absurda NEGAÇÃo da pandemia à nossa volta.

– O sol é poente e nascente em cada dia e a lua continua ciclicamente a crescer e mingar.
A natureza indiferente às preocupações da HUMANIDADE como sempre ao longo da nossa HISTÓRIA.
Estamos a ESCREVÊ-LA, agora.
Mais importante:

– estamos a tomar DECISÕES pela GERAÇÃO FUTURA, com repercussões que a vão marcar
INDEVELMENTE.
Muitas baseadas em mais INCERTEZAS que em certezas.

Setembro é este ano sinónimo de um regresso às aulas completamente DIFERENTE.

– Como pais , educadores, ou profissionais de saúde,
TODOS temos o DEVER de colaborar ativamente.
Para que o DIREITO DAS CRIANÇAS À EDUCAÇÃO seja respeitado o máximo possível.

Um direito fundamental:
– APRENDER e BRINCAR,
para proporcionar um crescimento e um desenvolvimento adequados.

– A SOCIEDADE PORTUGUESA de PEDIATRIA já se pronunciou assertivamente sobre a importância do ENSINO PRESENCIAL.
Irrefutável.

– A DGS emitiu um REFERENCIAL PARA AS ESCOLAS, com medidas a aplicar para o controlo da transmissão da COVID-19 em contexto escolar, à luz do conhecimento atual.

Estas medidas visam solucionar possíveis cenários de suspeita ou de infeção pela Covid -19 , após a plena abertura de todas as escolas.
E serão adaptadas conforme a EVOLUÇÃO epidemiológica da pandemia.

– Mas se teorizar, quando a mudança é permanente já se torna difícil,
muito mais será pôr em PRÁTICA tudo o que é necessário para EVITAR ao máximo os SURTOS, mesmo sabendo de antemão que surgirão muitos sustos.

Concretizando:

– um CASO SUSPEITO de infeção pelo Sars-Cov2 abrange sintomas comuns a MUITOS outros vírus e bactérias:
a FEBRE é “a fruta da época” da estação outono/inverno.
A TOSSE que se agrava é típica nos asmáticos com a mudança do tempo.

Vão surgir MUITOS casos suspeitos.
Os sustos.

– um SURTO, implica que existam mais de 2 casos de infeção na comunidade escolar.

E depois, conforme ocorrerem numa turma ou em diferentes turmas, a forma de agir é DIFERENTE, com critérios de baixo ou alto risco conforme a natureza dos contatos e a positividade dos testes.

– As TURMAS vão funcionar como GRUPOS, pois o contato é mais prolongado entre colegas e os seus professores.

Existem riscos a assumir, mas importante é o bem-estar PSICOLÓGICO das crianças.

Desde que lhes seja incutido adequadamente o ABC das medidas de PREVENÇÃO,
os beneficios, e de acordo com o panorama epidemiologico atual, ultrapassam largamente os riscos.

– Voltar de novo ao CONFINAMENTO, durante meses em casa, com ENSINO À DISTÀNCIA, NÃO é uma alternativa saudável para as nossas crianças.

– As escolas terão na Direção elementos responsáveis pelo cumprimento adequado das medidas, sempre em consonância com a Autoridade de saúde local, e em ligação com a linha SNS24/ coordenação com os Agrupamentos de Centros de Saúde.

De acordo com as circunstâncias, poderão ficar turmas de quarentena.

– O que mais desejamos TODOS, é que existam poucos surtos.

E o que MENOS queremos é que sejam implementadas as medidas de última linha, de encerramento temporário de escolas.
AINDA MENOS, o regresso do país ao confinamento.

– Para isso temos de ser TODOS agentes responsáveis e cumprir o nosso papel.

– Sabemos que podemos contar com os professores, e com todos os que estão na escola todos os dias a zelar pelos nossos filhos.

– Sabemos que na DGS existem pessoas competentes, dedicadas a que as escolas funcionem com o máximo de normalidade, e preparadas para adaptar decisões conforme o desenrolar da pandemia.

– Aguardamos também pelo acesso generalizado a TESTES RÁPIDOS à Covid-19, uma vez que se adivinha a necessidade de se realizarem INÚMEROS testes, conforme as medidas anunciadas pela DGS, no Referencial para as escolas.

-Criticar e fácil.
– Agir, à priori, é difícil.
-Ser comentador de bancada é inútil.

– O papel dos PAIS neste regresso às aulas vai ser muito mais exigente.

– Implica não descuidar as regras de PREVENÇÃO de infeção nos seus locais de trabalho.

– Implica ENSINAR aos seus filhos, e de acordo com as idades, como devem proceder nas situações com que se irão deparar.

– Implica NÃO DESCUIDAR sintomas de doença, mesmo sabendo que pode não ser Covid-19.

– Acima de tudo implica TRANQUILIZAR as crianças.

O que não é tarefa fácil, quando os próprios pais estão intranquilos. Mas perder a serenidade não.

A mensagem a reter:

– A infeção por sars-Cov2 tem sido LIGEIRA, e muitas vezes sem sintomas, na idade das nossas crianças.

E isso deve-lhes ser transmitido, de forma a que o regresso a uma escola com circuitos e novas regras NÃO OS ASSUSTE demasiado, de acordo com o entendimento de cada idade.

– EXPLICAR que podem ter de fazer testes, se os colegas ficarem doentes e que se não se sentirem bem existem locais na escola para onde serão levados, e os pais os irão buscar.

Mas SEM DRAMATIZAR.

– As CRIANÇAS aceitam melhor as situações se lhe forem EXPLICADAS, do que se se criarem tabus.

Com PESO e MEDIDA.

Felizmente tem uma grande capacidade de RESILIÊNCIA e adaptação, maior do que julgamos.

Mas é absolutamente necessário ser assim agora, para tudo voltar mais rapidamente ao que era.

– Essencial, é não perder a ESPERANÇA e COLABORAR em comunidade.

Para que no próximo setembro, a palavra PANDEMIA já pertença à nossa HISTÓRIA…

 
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