O violinista João Silva, natural de Ponte de Lima, regressa a ‘casa’ este sábado para um concerto no Largo da Alegria, no centro da vila limiana, a propósito do regresso do festival “Percursos da Música”, que aposta nos géneros clássica, erudita e contemporânea. O evento sucede a partir das 22:00 horas.
“Poder tocar na minha terra é super importante, e ter a oportunidade de poder apresentar o meu trabalho à minha família e amigos, uma vez que vivo fora, é algo muito especial para mim”, declarou a O MINHO o músico e compositor.
Ao ‘leme’ do violino, João Silva, natural de Freixo, estará acompanhado do italiano Alessandro d’Alessandro (acordeão), num novo projeto que oferece “uma viagem única, original e autêntica pelas músicas do mundo”. levado a cabo por dois ‘campeões’ da World Music (premiados em 2021 com importantes galardões).
O limiano, recorde-se, tem trabalhado com várias bandas e integrado diferentes projetos, situação que lhe tem permitido percorrer a Europa em concertos, como está a ser, aliás, o caso deste mês de julho, onde já atuou em diferentes ‘pontos’ da Alemanha, sempre com recintos lotados. E até final do mês ainda estará noutros países europeus.
Praças europeias enchem para ver violinista de Ponte de Lima João Silva
Porém, e apesar de toda a fama que tem conquistado pelo ‘velho continente’, o músico, que já colaborou com MARO (vencedora do Festival da Canção 2022), considera que voltar às origens é uma forma de renascer: “Recordar de onde venho é uma das minhas maiores fontes de inspiração e sempre que venho cá levo muita música comigo de volta”.
Sobre o novo duo que agora se apresenta em terras limianas, João enuncia que “poder tocar com Alessandro é um previlégio enorme, é um grande músico que admiro muito, e espero que seja o primeiro de muitos concertos”.
O novo projeto surge de vários encontros em Itália em festivais e concursos de World Music, onde ambos foram premiados. Alessandro ganhou o Prémio Loano de melhor álbum de 2021 da World Music italiana, e João Silva o Prémio Andrea Parodi em 2021 (prémio de melhor música, melhor interpretação, prémio Bianca d’Aponte e prémio Ragazzi).
Apoiados da eletrónica, “exploram e criam paisagens e ambientes originais, onde os
efeitos e loops criados em tempo real nos transportam a outras músicas do mundo”, é descrito sobre a composição da banda, que fusiona “sons, culturas, timbres e estilos”.
Quem é Alessandro D’Alessandro?
Considerado um dos mais talentosos acordeonistas italianos, alia a técnica e versatilidade cruzando estilos, ritmos e harmonias, com música étnica e um uso inteligente da eletrónica, como é possível ouvir no álbum “Canzoni” – premiado como melhor álbum de 2021 da world music italiana.
É solista e coordenador da Orquestra Bottoni, uma big band formada principalmente por acordeões, combinados com ritmo e com a voz de Antonella Costanzo, com quem lançou vários discos, incluindo ‘Orchestra Bottoni Live’, nomeado para o prémio Tenco 2014 e muito apreciado pela crítica especializada.
Apresentou-se em alguns dos mais importantes festivais italianos e estrangeiros, da música clássica à world music, da composição ao cinema ou literatura.
Quem é João Silva?
Violinista e compositor, nasceu em Ponte de Lima, no ano de 1991, oriundo de uma família de músicos amadores.
Iniciou os estudos musicais em música clássica na EPMVC em Viana do Castelo em 2003, e em 2010 começou a estudar violino jazz e moderno na Escola de Jazz Luis Vilas Boas do Hot Club de Portugal em Lisboa.
Em 2013 muda-se para Barcelona para continuar os estudos de violino jazz e moderno na Escola Superior de Musica da Catalunha.
É vencedor do concurso de world music Premio Andrea Parodi XIII 2021 e semifinalista no concuro internacional de violino jazz Seifert Competition (em 2020).
Recebeu um voto de louvor da Assembleia Municipal de Ponte de Lima em 2020.
Neste momento lidera e forma parte dos projetos Still Life, João Frade · João Silva, Domino Swing, João Silva & Mariano Camarasa, e Orquestra Basarab.
Em 2015 grava os seus primeiros discos junto ao pianista argentino Mariano Camarasa, disco “Pasa Tiempo”. No mesmo ano grava o disco “Basarab” com a Orquestra Basarab, um projeto com o qual lançou mais dois discos, “Basarab T” em 2016 e “Norock” em 2018.
Com o Mariano Camarasa lançou também mais dois discos, mas esta a vez a quarteto junto ao contrabaixista Manel Fortià e ao baterista Carlos Falanga , “Wise Connections” em 2016, e “Wise Connections Live at Jamboree” em 2018.
Com Domino Swing gravou o disco “Domino Swing Septet” em 2019.
Com Still Life lançou o primeiro disco “Still Life” em 2018, em 2019 o disco “Dream Machine”, e com João Frade lança o primeiro disco “Lugares” em 2021.
Colaborou tanto em estúdio como em direto com vários artistas como: Munir Hossn, Adam Baldych, Marina Tusset, Érico Moreira, MARO, Kalascima, Trio Da Kali, Riccie Oriach, Paulinho Lêmos, Lucia Fumero, Tuur Moens, Aeham Ahmad, João Frade, entre outros.