Declarações após o jogo Gil Vicente-FC Porto (1-1), da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Vítor Campelos (treinador do Gil Vicente): “Sabíamos que íamos defrontar uma equipa fortíssima, ainda no rescaldo do jogo com o Arsenal, em que o FC Porto fez uma excelente exibição. Tínhamos de ser uma equipa muito concentrada, muito organizada. Entrámos bem no jogo, acho que foi uma primeira parte equilibrada.
Na segunda parte, o FC Porto entrou muito forte, acabou por chegar à vantagem. Minutos depois de chegar à vantagem, teve oportunidades que poderia ter concretizado. Temos de ter a humildade de dizer isso, tivemos aquela pontinha de sorte, faz parte.
Mas creio que a meio da segunda parte fomos arriscando, tudo o que podíamos, tivemos antes uma oportunidade pelo Ali [Alipour] e depois acabámos por ter aquela pontinha de sorte, também merecida. porque os jogadores acreditaram e acabámos por chegar à igualdade.
Foi o acreditar, as substituições foram no encontro daquilo que nós queríamos e depois há momentos de intuição e de sorte. O Thomás recebeu instruções para atacar forte a zona do segundo poste e apareceu muito bem a fazer o golo do empate. Muitas vezes uma equipa joga aquilo que a outra deixa, sabíamos que ia ser muito equilibrado.
Quando defrontamos uma equipa com o poderio do FC Porto, com o decorrer do jogo, os jogadores vão-se sentindo mais confortáveis e a acreditar que o resultado pode pender a nosso favor”.
– Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Foi mais um jogo dentro daquilo que tem acontecido neste ano desportivo, onde não fomos eficazes. Não entrámos bem no jogo, também houve ali algumas paragens, o árbitro foi quebrando o ritmo com uma ou outra situação. Retificámos ali algumas situações que tínhamos de retificar, no início de construção, na nossa primeira linha de pressão, com o Pepê a juntar-se ao Evanilson.
Fizemos o golo, fomos criando situações atrás de situações claras, de um para zero defesas, só contra o guarda-redes, e já vi esse filme há bem pouco tempo contra o Rio Ave em casa. Marcámos mais do que um golo e não contaram. Isto são pontos perdidos por culpa própria, uma pontinha de sorte, e depois num ou outro erro individual sofremos um empate completamente injusto.
[Quanto à luta pelo título] Está difícil, a perder pontos desta forma. Aconteceu no Bessa, com o Rio Ave em casa, aconteceu hoje… Muitos pontos perdidos, ou por infelicidade de uma terceira equipa, ou por falta de ofensiva, não ganhamos jogos e, quando é assim, torna-se difícil.
Tudo aquilo que é o nosso trabalho diário e os jogos que vêm aí têm de ser com a máxima ambição para os jogadores que querem realmente deixar corpo e alma em campo, porque só assim é que se defendem as cores e temos de lutar com muitas coisas. Se não for assim, fica muito difícil. Dou o exemplo do Pepe, que levou 12 ou 15 pontos na cabeça e disputou cada duelo aéreo. É preciso não andar de pantufas a jogar futebol, mas de pitons de alumínio”.