A rua D. João I abriu ao trânsito na sexta-feira, dia 10, às 17:00, depois de concluídas as obras de requalificação que duravam desde julho de 2020. A conclusão desta obra estava aprazada para maio deste ano.
A artéria estava aberta aos peões desde novembro, mas só agora abriu também para os automóveis. No segmento entre as ruas Doutor Bento Cardoso e Paio Galvão, o último a ser requalificado, o trânsito passa a realizar-se no sentido ascendente e o acesso fica condicionado a moradores e a cargas e descargas, à semelhança do que já acontece na Centro Histórico intramuros. O objetivo, segundo a Câmara Municipal, é promover a pedonalização e a circulação de bicicletas.
A dificuldade de o empreiteiro arranjar mão de obra, a falta de matérias-primas, as condições atmosféricas e o surgimento de afloramentos rochosos inesperados, forma as razões invocadas pelo Município para este atraso de sete meses na conclusão da obra.
Rua abre com as caixas de gás ainda por trocar
A rua D. João I está inserida na Zona Especial de Proteção à área classificada pela UNESCO, como Património Mundial, abrangendo, além da rua, os espaços frontais à Igreja de São Domingos e à Capela e Hospital da Ordem Terceira de São Domingos. Apesar desta importância patrimonial, não foi dado, nesta requalificação, o mesmo cuidado estético às instalações de gás que foi noutras ruas, como é caso da Rua de Santo António.
Na rua agora inaugurada, os proprietários, à medida que instalaram o gás, foram colocando vulgares caixas metálicas. Pelo contrário, na Rua de Santo António, o gás chega a cada porta através de uns “pilaretes” uniformes, numa estética que se enquadra com a rua. Questionado sobre esta situação, Domingos Bragança afirmou, à margem de uma reunião de Câmara, que as caixas são para trocar, “por umas em ferro fundido, todas iguais”.
A Rua D. João I foi, desde a Idade Média, a via de ligação entre a zona da Porta da Vila (Largo do Toural) e a estrada que seguia para o Porto. A rua tem o nome do soberano que a percorreu quando veio a Guimarães, à Colegiada da Oliveira, para agradecer a vitória do exército português sobre os castelhanos, em Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385. Há muito que a via perdeu esta importância, uma vez que o trânsito automóvel para oeste, em direção à autoestrada, é feito por outras vias. A Rua D. João I é agora, fundamentalmente, uma artéria de acesso local.