O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, negou a “derrapagem” de meio milhão nas obras do antigo Parque de Exposições de Braga (PEB), o futuro Forum Braga, argumentando que o acréscimo tem a ver a compra de cadeiras, o que não estaria previsto.
Questionado pela oposição camarária, Ricardo Rio também desmentiu que “os atrasos da obra”, que justificou “com todos estes dias de chuva”, não colocarão em causa a data para a abertura à comunidade do Forum Braga “que será já nos próximos dias 27 e 28 de abril”.
Mas o autarca social-democrata reconheceu na reunião municipal “haver um atraso na entrega da obra definitiva”, só que reiterando “ter sido por causa de toda a chuva intensa”.
Ricardo Rio reagia assim às afirmações proferidas durante a reunião do Executivo pelos vereadores do Partido Socialista (Miguel Corais, Artur Feio e Liliana Pereira) e da CDU (Carlos Almeida), tendo este último eleito começado por manifestar “surpresa e choque”.
Segundo o vereador comunista “estamos perante quase meio milhão de euros numa obra com um custo total previsto inicialmente de cerca de oito milhões de euros” e por outro lado “face a este tipo de justificações dadas só agora não me parece que poderemos ficar descansados se não irão eventualmente aparecer mais outras situações do mesmo género”.
O mote foi dado pelo vereador socialista Artur Feio, questionando a maioria da coligação Juntos por Braga (PSD/CDS), sobre o custo das novas cadeiras para o Auditório Principal do novo Forum Braga, onde existia o antigo Parque de Exposições de Braga, bem como do próprio enquadramento daquele espaço e em termos de desenvolvimento económico.
Ricardo Rio respondeu que “já com a obra em curso decidimos, a Câmara Municipal de Braga e a InvestBraga, em vez de reparar as cadeiras, adquirir novas cadeiras, através de um novo modelo que entre outras tem a vantagem de permitir mais lugares para público”.
“Não é derrapagem”
No final da reunião, em declarações aos jornalistas, Ricardo Rio, disse que “esta situação não se trata de uma derrapagem”, argumentando que “derrapagem seria por exemplo uma obra pública ter um custo acrescido em relação que estava previsto inicialmente”, mas de acordo com a sua perspetiva, “está a fazer-se confusão e não foi isso que aqui aconteceu”.
Para Ricardo Rio, “outra coisa completamente diferente e que não pode ser considerada uma derrapagem, é querer fazer-se algo que não estava originalmente previsto, que foi o que se verificou com as cadeiras do Grande Auditório, que permitirão mais lugares e com melhor conforto, porque é aquilo que todos nós desejamos para o futuro do Forum Braga”.
Ainda segundo outro exemplo do mesmo autarca, “não é derrapagem se eu quiser fazer obras na minha casa com uma mesa e dez cadeiras, mas depois pretender colocar um sofá e uma televisão”.