O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, lamentou, esta madrugada, na Assembleia Municipal que “o Estado Central nada tenha investido, com meios orçamentais próprios, nos últimos dez anos, no Município”.
“O que tem o PS a dizer sobre isso e sobre a insuficiência de verbas do PRR? Acha que devemos abdicar do pavilhão desportivo da Escola de Tadim ou deixar de fazer obras na Escola Frei Caetano Brandão?, perguntou o autarca, acusando o PS local de “não ter contributos concretos para apresentar aos bracarenses e de apenas vir com juízos de catastrofismo, arrogando-se a representação dos municípes”.
Salientou que, e com alguma ironia, apesar de nos últimos tempos ter «batido» nesta postura do Governo, foram já três os ministros que vieram à cidade elogiar a política municipal: “a da Habitação disse que não há nenhuma outra Câmara com uma política como a nossa. O da Economia elogiou a dinamização económica de Braga e o da Cultura fez o mesmo no que toca ao desenvolvimento cultural”, vincou, lembrando que até um candidato à liderança do PS enalteceu o dinamismo de Braga.
Rio prosseguiu – em jeito de contra-ataque às posições dos deputados socialistas na Assembleia, pela voz de Bruno Gonçalves – dizendo que o PS critica o alegado caos na Mobilidade na cidade, mas “sem ser capaz de apresentar uma única proposta no setor, a não ser a de se prescindir de uma faixa Bus na Avenida da Liberdade, o que ainda retiraria mais trânsito na via”.
Rebatendo a convicção socialista de que os bracarenses estão desgostosos com a gestão camarária, o edil lembrou o recente estudo de opinião feito no concelho pela União Europeia, “mostrou que 94 por cento dos inquiridos acham que é bom viver em Braga, uma cidade amiga dos idosos, das famílias e dos emigrantes, e onde é seguro andar à noite”.
Sublinhou que o estudo, não é nenhum prémio, nem teve qualquer apoio ou intervenção da Autarquia, é sim um inquérito de opinião da UE feito aos bracarenses e que o sequente relatório foi feito com critérios estatísticos”.
Disse que, o Plano de Atividades para 2024” privilegia o investimento aproveitando ao limite os recursos disponíveis para concretizar objetivos políticos”, garantindo que “não há nenhuma área em que se pudesse fazer mais do que o que foi feito até agora”.
E, continuando, afirmou: “importa não esquecer que Braga não é um oásis nem um caso isolado no país e que, quando se fala degradação de vias e congestionamento de trânsito, por via do uso excessivo do automóvel, ou custos de habitação isso acontece em cidades do nosso tamanho por todo o lado”.
Lembrou que o RADA (Regulamento de Apoio à Habitação) conta hoje com 1,4 milhões de euros, o que é quase cinco vezes mais do que tinha em 2013, e sublinhou que” muito se tem investido em vias rodoviárias, aproveitando-se a receita do IUC, com intervenções do Município ou delegadas nas juntas de freguesia”.
Rebateu, ainda, a ideia avançada pelo PS e restantes partidos da oposição, segundo a qual haveria excesso de despesas correntes, lembrando que “são apoios sociais, desportivos e às instituições de juventude e que vai para projetos como o Braga a Sorrir que apoia tratamentos dentários a centenas de bracarenses, para apoio ao combate à pobreza energética, ou para as juntas de freguesia aumentando a comparticipação de verbas nas refeições nas escolas.
Acentuou que “todos os anos se transferem verbas e competências para as freguesias, não para grandes obras mas para pequenas intervenções que mudam a vida das pessoas: “tem sido um esforço continuado.. neste momento é transferido mais do que em 2013, porque respeitamos as ambições das freguesias que são as da sua população”.
Concluiu, lançando mais uma «farpa» ao PS: “hoje os autarcas vêm aqui criticar-nos e, a seguir, são recebidos na Câmara. Há 10 anos muitos presidentes da junta nem sequer se reuniam com o presidente da Câmara se não fossem da mesma cor política”.
PS e oposição criticam Plano e Orçamento
Na discussão sobre o Orçamento e o Plano de Atividades de 2024, os partidos de oposição, PS, CDU, BE, PAN, IL e Chega criticaram os documentos, tendo os da coligação Juntos por Braga (PSD, CDS, PPM e Aliança) feito o contrário.
João Batista da CDU disse que apresentou 17 propostas mas nenhuma foi considerada no Plano, e lamentou o marcar passo do parque das Sete Fontes ou na Musealização das ruínas romanas da Ínsula das Carvalheiras. E lembrou a luta dos comunistas contra a venda da antiga fábrica Confiança. Criticou, também, a política habitacional e o pouco investimento municipal em novas casas. O BE lamentou a ausência de resposta ao problema da habitação e disse que a Coligação vai deixar o centro histórico «cheio como um ovo e quase destruído»
O deputado do PS recordou que os documentos camarários criticam o Estado Central e o défice de investimento do Estado, mas não aproveitam as oportunidades: “pensem, por exemplo, nas creches para as crianças, já que vai ser aberta uma linha governamental de financiamento para o setor”.
E prosseguiu Bruno Gonçalves: “Esta Coligação fala em corrigir as assimetrias entre as freguesias, mas nada faz. E o mesmo sucede no que toca à política de habitação, a que dedica quatro linhas”, declarou, lembrando, ainda, a proposta do PS para que os transportes públicos fossem gratuitos, dizendo que a medida já podia ter sido implementada.
“Nunca o orçamento cresceu tanto, nas receitas e nas transferências do Governo. Mas o investimento variou, nos últimos seis anos, entre 17 e 36 milhões de euros. Só que o Executivo anunciou mas não executou 25 por cento, ou seja, deixou de fazer uma das quatro obras que elencou”, acusou.
Referiu, ainda, o que disse ser o “estilo panfletário do orçamento atual, o de 2023, onde se prevê investimentos de 56 milhões mas que ainda não executou 43 milhões. Este Presidente anuncia,gosta muito de dizer que fará, mas no fim do dia nada fará”.
Disse, também, que a Câmara “não confia nas juntas de freguesia” e que o seu Presidente fala na televisão em coesão territorial a nível nacional, mas não a aplica no concelho: “Bem prega Frei Tomás; no país defende uma política de proximidade mas, aqui, afasta os decisores locais”
E a concluir: “O PS, ao contrário desta Coligação, prioriza o investimento e não os panfletos, prioriza as freguesias e não as festinhas Hoje Braga está atrás do tempo”!