O antigo líder da Juventude Popular (JP) de Braga e, durante alguns meses, líder provisório da JP nacional, Francisco Mota, declarou na sua rede social Facebook que Portugal está a tornar-se num “estado comunista”, deixando uma espécie de “convocatória” a todos os patriotas para “tomar o Palácio de Belém e o Palácio de S. Bento”, ainda que, segundo o próprio, tenha sido em “tom irónico”.
Na terça-feira, Mota, que foi rejeitado por Ricardo Rio e Altino Bessa (líder da Concelhia do CDS em Braga) para ser o número dois dos centristas na coligação “Juntos Por Braga”, às próximas autárquicas, comentava a nomeação de Adão e Silva como responsável pelas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril,
“Eles querem mais 5 anos, 6 meses e 24 dias para continuar a celebrar o seu Abril. O abril dos interesses, das falsas liberdades, da corrupção, do poder instalado e da ditadura de opinião. O Abril da Vergonha e do socialismo. Portugal não precisa mais deste regime”, declarou o jovem político no Facebook.
“Está na hora de acordar, não precisamos de mais um único dia, para cumprir Novembro de 75. Juntemos os patriotas, os de ontem e os de hoje, e sob a liderança das Forças Armadas, tomemos o Palácio de Belém e o Palácio de S. Bento”, continuou, acrescentando que é altura de lugar “pela liberdade das nossas famílias e da nossa amada Pátria.
“Portugal precisa de nós, não precisa desta gentalha”, concluiu.
Entretanto, esta quarta-feira, e depois de criticado pelo “apelo” deixado no dia anterior, Mota voltou à carga, dizendo que não tem de “justificar o quer que seja”, apelidando-se como um “democrata convicto”, que respeita “as liberdades individuais e que acredita no modelo político, onde os partidos políticos têm um papel preponderante”. Com a publicação, nas redes sociais, fez acompanhar uma fotomontagem onde o próprio se incluí nos tumultos que ocorreram durante uma invasão de apoiantes de Trump ao Capitólio, nos Estados Unidos, e que resultaram na morte de seis pessoas.
Em declarações a O MINHO, Francisco Mota diz que a montagem não é da sua autoria, mas que “já andava a circular nas redes sociais e no WhatsApp”.
“Quando escrevo – juntemos os patriotas, os de ontem e os de hoje, e sob a liderança das Forças Armadas, tomemos o Palácio de Belém e o Palácio de S. Bento – é precisamente para recordar os políticos e a sociedade civil que foi a falência de um regime podre, ditatorial e sem perspectivas de futuro que levou a que no 25 de Abril conquistássemos a liberdade e no 25 de Novembro a democracia”, adiantou.
Também em declarações ao nosso jornal, salienta que estava a ser irónico sobre a “invasão”, apenas para “recordar aos políticos” que foi precisamente isso que aconteceu no 25 de Abril.
Mota diz que “há muito” que “está em curso uma revolução ideológica com um objectivo único: instalar o modelo comunista em Portugal”.
“A pandemia foi apenas o motivo para que a locomotiva iniciasse a sua marcha. Nunca o País esteve verdadeiramente livre, mas hoje está nas mãos de uma extrema esquerda e de um socialismo que ditará pobreza, miséria e fome ao nosso povo. A somar a isto a política do experimentalismo social e do animalismo. Impõem aquilo que pensamos, construímos ou simplesmente podemos comer”, completou, dizendo que “Portugal faliu” democraticamente.
Notícia atualizada às 22h10 com declarações de Francisco Mota.