O PS de Famalicão pediu, esta segunda-feira, a demissão do vereador da Educação da câmara PSD/CDS-PP por considerar que este “pressionou” e “condicionou” diretores de escolas, mas o líder do executivo nega as acusações e garante “total confiança” ao visado.
Em comunicado, o PS de Vila Nova de Famalicão diz que “a maioria dos diretores das escolas públicas e agrupamentos do concelho indicaram ao Ministério da Educação que estavam em condições de receber mais alunos e mais turmas” e acusa o vereador da educação, Leonel Rocha, de ter “pedido aos mesmos diretores para assinarem um documento, dizendo o contrário“.
“Felizmente, temos em Famalicão diretores de escola e agrupamentos que colocaram a verdade acima de tudo. Dessa forma souberam defender a educação, as escolas e o ensino público, com toda a qualidade que lhe é reconhecido”, refere o documento dos socialistas, que parte de imediato para um pedido de demissão.
“Mas o que fazer quando o vereador Leonel Rocha usa esse estatuto para pressionar e condicionar os diretores das Escolas, pedindo-lhes que mintam? Tapar os olhos? Esquecer? Obviamente que só há uma saída para tão grave atitude – a demissão do senhor vereador”, lê-se no comunicado.
Confrontado com esta posição, o presidente da câmara de Famalicão, Paulo Cunha, vincou ter “total confiança no pelouro da Educação” da autarquia, acusou o PS local de “andar à procura de populismo” e disponibilizou o documento aos jornalistas.
Em causa está um texto do Conselho Municipal de Educação, cujas conclusões apontam para que “sejam respeitadas as decisões da comunidade educativa local, nomeadamente da câmara, Conselho Municipal de Educação e Rede Local de Educação e Formação de Vila Nova de Famalicão”.
E que “na participação dos processos de tomada de decisão seja envolvida e auscultada a comunidade educativa de Vila Nova de Famalicão”.
A autarquia garante que este foi “o único documento” que Leonel Rocha colocou à discussão dos diretores de escola “ultimamente” e explica que se tratou de uma proposta que foi discutida e apreciada no dia 11 de maio e que tinha como objetivo “consolidar e reforçar o papel da Rede Local de Educação e Formação de Famalicão” mas que “não chegou a ser sujeita a votação”.
“Foi retirada na sequência da opinião expressa de alguns diretores de escola que, concordando expressamente com o teor do documento, consideraram não ser na altura o momento oportuno para a sua aprovação, uma vez que poderia ser interpretada à luz da polémica com os contratos de associação ficando dessa forma desvirtuado o seu objetivo. O Dr. Leonel ficou de reagendar para uma próxima reunião do órgão o mesmo documento”, descreve a autarquia na mensagem eletrónica que acompanha o documento.
“É completamente falso que o Dr. Leonel Rocha tenha em algum momento pedido ou sugerido aos diretores de escola para assinarem um documento, dizendo que os nossos agrupamentos de escola não estavam em condições de receber mais alunos e mais turmas”, continua a mensagem.
Mas para o PS de Famalicão “Leonel Rocha é hoje um vereador desacreditado, a quem os professores já não reconhecem credibilidade e em quem os diretores de agrupamentos perderam a confiança”, pelo que os socialistas exigem que Paulo Cunha demita o vereador da Educação, acusando-o de “hoje, mais do que nunca” ser “um foco de instabilidade e um político sem credibilidade junto dos agentes educativos municipais e nacionais”.
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