O secretário-geral do PS manifestou-se hoje confiante na hipótese de aprofundar convergências com o PAN nos próximos quatro anos, apontando que na legislatura que agora termina esta força política nunca votou contra propostas de Orçamento do Estado.
António Costa fez esta apreciação no final de uma reunião de uma hora com o Partido-Animais-Natureza (PAN), embora tenha assumido que há divergências de fundo face ao PS, designadamente no que respeita ao projeto do novo aeroporto do Montijo.
“No passado, já conseguimos que houvesse convergência. No primeiro Orçamento da legislatura (2016), o PAN absteve-se e votou a favor nos três seguintes (2017, 2018, e 2019). Não saí desta reunião com a convicção de que nesta legislatura vai ser impossível o que foi possível na anterior”, declarou o secretário-geral do PS.
António Costa frisou mesmo que saiu da reunião com o PAN “com a convicção de que na próxima legislatura vai ser possível fazer mais do que foi feito em conjunto na legislatura anterior”.
PAN disponível para aprofundar relação com PS mas diz que “continua tudo em aberto”
O porta-voz do PAN, André Silva, manifestou a disponibilidade do partido para aprofundar a relação com o PS através de acordos pontuais, mas ressalvou que “continua tudo em aberto”, tendo ficado acordada nova reunião para a semana.
“Como já referimos, nós estaremos disponíveis, à partida, para aprofundar aquilo que é uma relação entre o Partido Socialista em apoios pontuais, quer em processo legislativo ordinário, quer ao nível do Orçamento de Estado, no entanto ficou estabelecido que esta foi uma primeira reunião”, disse André Silva, que falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, no final da reunião entre o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e o Partido Socialista (PS).
Esta foi o segunda de uma série de encontros que o PS marcou para hoje com os partidos à sua esquerda e o PAN, depois de o secretário-geral, António Costa – que encabeça a delegação -, ter sido indigitado como primeiro-ministro pelo Presidente da República na terça-feira à noite.
Notando que esta “foi uma reunião exploratória naquilo que podem ser os relacionamentos entre o PAN e o Partido Socialista ao longo desta legislatura”, André Silva anunciou que haverá nova reunião “para a próxima semana”.
“O que ficou em cima da mesa foi continuarmos a falar e a debater no sentido de percebermos de que forma é que podemos estabelecer mais convergências entre dois partidos”, assinalou o dirigente, sublinhando que “não ficou nada fechado, não ficou nada definido, continua tudo em aberto”.
Segundo o porta-voz, o PAN defende “que deve aprofundar o relacionamento que tem com o Partido Socialista à semelhança e nos moldes que foi a legislatura anterior, com apoios pontuais”.
Pelo PS, estiveram presentes, além do secretário-geral e primeiro-ministro indigitado, António Costa, a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, o presidente do partido, Carlos César e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
Com André Silva, até agora deputado único, estiveram também na reunião a deputada eleita Inês Sousa Real, o eurodeputado Francisco Guerreiro e o membro da Comissão Política Nacional Artur Alfama.
Nas eleições legislativas de domingo, o PAN aumentou a sua representação na Assembleia da República de um para quatro deputados.