Os vereadores do PS de Braga criticaram, hoje, o alegado “caos que se vive no trânsito citadino”, acusando o executivo de Ricardo Rio de “falta de planeamento” no lançamento de obras: “Demora-se duas horas a atravessar Braga e os utentes ficam o mesmo tempo à espera da chegada do autocarro dos TUB”.
Os socialistas Artur Feio, Sílvia Sousa, Adolfo Macedo e Ricardo Sousa deram, hoje, uma conferência de imprensa no edifício do gnration, durante a qual acusaram Ricardo Rio e a vereadora das obras municipais, Olga Pereira de “irresponsabilidade” no lançamento das obras da Avenida da Liberdade e do Túnel da Avenida.
“Há pessoas que chegam atrasadas à consulta hospitalar, ao exame na Universidade ou a julgamento por que os carros estão em modo de pára-arranca e os autocarros encalhados em filas intermináveis”, sublinhou Artur Feio.
Contactado por O MINHO, o presidente do Município rejeitou as críticas, salientando que não faltou planeamento.
“Fizemos as duas obras em simultâneo precisamente para minorar os seus efeitos, mas estes são inevitáveis”, disse, sublinhando que se está a fazer tudo o que é possível para acelerar as obras.
Panorama negro para continuar
Ao nosso jornal, Artur Feio salientou que, o “panorama negro” na mobilidade em Braga tenderá a agravar-se quando arrancarem as obras do Nó de Ínfias e do BRT o que fará com que as filas de trânsito se prolonguem por mais cinco ou seis anos.
Os autarcas socialistas dizem que estão “inundados” de queixas dos cidadãos, revoltados com a falta de planeamento e pedem uma reunião urgente com os responsáveis municipais para se encontrar soluções que minorem a situação e evitem a repetição de erros idênticos no futuro.
“O pára-arranca dá cabo da vida das pessoas, consome-lhes recursos financeiros e polui o ambiente”, acentuou.
“Cavalgar a insatisfação”
Sobre estas críticas, Ricardo Rio lamenta que o PS “cavalgue a natural insatisfação das pessoas com as atuais dificuldades que a cidade vive”, contrapondo que trata o assunto com falta de seriedade.
“As duas obras tinham de ser feitas. A do túnel por razões de segurança e a da Avenida da Liberdade para se criar modos de mobilidade mais sustentáveis”, sublinha.
Sobre as dificuldades de circulação da frota dos TUB, Rio salienta que hoje em dia, os transportes públicos devem andar em “vias dedicadas”, mas vincou que, em Braga, atualmente não é possível criar novas vias, pelo que os autocarros “têm de esperar atrás dos carros, situação que se agrava com as chuvas”.
E contra-ataca, aludindo à anterior gestão socialista: “Aqueles que desenharam uma boa parte da cidade como ela é hoje, sem pensar no futuro ou nas vias para autocarros, vêm, agora, criticar-nos por tentarmos melhorar a vida dos cidadãos tornando a cidade mais moderna e inclusiva”.
Rio anota, ainda, que, pelo que se depreende das sua declarações, o PS/Braga prefere que as obras do Nó de Infias e do BRT “não avancem”.
O presidente bracarense aproveita para pedir um esforço aos cidadãos, no sentido de adaptarem os seus modos de vida diários, evitando circular em horas de ponta e, por exemplo, ficando em teletrabalho sempre que lhes for possível.