Gritos de “Fora, genocida” marcaram a concentração de dezenas de pessoas que no sábado se juntaram na Praça da República, em Braga, em protesto contra o Governo e política do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Em alguns cartazes podia ler-se “O povo quer Lula de volta”, do Partido dos Trabalhadores (PT), que se juntou ao protesto global “Campanha Fora, Bolsonaro” que aconteceu em cerca de 400 cidades no mundo, cinco das quais portuguesas: Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Aveiro.
Um dos momentos altos da tarde ficou marcado pelo discurso do ator brasileiro Bemvindo Sequeira, um dos mais ativos críticos do Presidente brasileiro desde que este foi eleito.
Os manifestantes, que querem a destituição do presidente brasileiro, foram gritando “Se o povo se unir, Bolsonaro vai cair” e lembraram ainda a revolução portuguesa, gritando “Em Portugal e no Brasil, sempre em defesa dos valores de Abril”.
Mas era no lema do protesto, “Comida no prato, vacina no braço”, que estava o resumo dos principais motivos das manifestações em todo o mundo.
A concentração tinha como objetivo “denunciar a condução criminosa da pandemia” feita por Bolsonaro no Brasil, que acusam de ser responsável por milhares de mortes por se ter recusado a comprar vacinas, mas também o crescimento da fome e do desemprego e o agravamento da crise económica.
Movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos que fazem oposição ao Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, promoveram manifestações para reclamar a sua destituição.
A “Campanha Fora, Bolsonaro” pede mais investimentos no Sistema Único de Saúde, nomeadamente de valores para a compra de consumíveis e equipamento hospitalares, a aceleração da vacinação contra a covid-19 e o pagamento de um auxílio emergencial no valor de 600 reais (cerca de 100 euros) para as famílias pobres cujo rendimento foi severamente afetado pela pandemia.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, convocou os militantes para participarem nos eventos, e informou que além das reivindicações anunciadas pelo partido, os manifestantes também se opõem aos cortes na educação, à reforma administrativa e às privatizações e defendem as lutas do povo negro contra a violência e o racismo, serviços públicos de qualidade e a soberania nacional.
Em 29 de maio, milhares de brasileiros manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra Bolsonaro, que é criticado principalmente pela sua gestão na pandemia de covid-19.
O governante está a ser investigado por uma comissão parlamentar de inquérito no Senado, que apura alegadas omissões cometidas pelo Governo no combate à doença.