A vacinação dos professores e trabalhadores não-docentes do pré-escolar e 1.º ciclo contra a covid-19 arrancou hoje no Minho, à semelhança de todo o país, num processo que vai envolver quase 80 mil profissionais da educação a nível nacional.
No total, estão incluídos nesta primeira fase, que decorre entre sábado e domingo, cerca de 78.700 os professores e funcionários do pré-escolar, primeiro ciclo e também da chamada “Escola a Tempo Inteiro”, que reabriram na semana passada, abrangendo os setores público e privado.
No Minho, várias autarquias já deram conta do início da vacinação dos profissionais de educação destes graus de ensino. A Câmara de Arcos de Valdevez deu conta do início da inoculação no centro de exposições local.
Na primeira fase, para além de docentes e auxiliares, também os professores de atividades extra curriculares está a ser inoculados durante esta tarde, num total de 93 pessoas chamadas pela ULSAM para a vacinação em Arcos de Valdevez.
Também no vale do Ave a vacinação decorre com normalidade, pelo menos no que diz respeito ao médio e baixo Ave, embora existam algumas queixas de que nem todos os professores foram chamados em Famalicão
Carlos Teixeira, diretor do agrupamento de escolas Camilo Castelo Branco, em Famalicão, admitiu ao jornal Público que existem “casos residuais” de professores e funcionários que não foram alertados para a vacina, através de SMS. “A grande maioria das pessoas recebeu”, contrapôs.
Em Cabeceiras de Basto, não houve vacinação. Um “problema de comunicação” levou a que nenhum dos cidadãos elegíveis para receber a vacina fosse avisado em tempo útil. O centro de vacinação estava assim deserto durante a manhã.
Novais de Carvalho, diretor do agrupamento de centros de saúde do Alto Ave, admitiu ao Jornal de Notícias que se tratou de “um problema na central de comunicação e ninguém em Cabeceiras de Basto foi convocado”.
Ao que tudo indica, uma falha na plataforma que gere as convocatórias no Ministério da Saúde terá estado na origem desta situação.
“É um problema que está a tentar ser resolvido ainda hoje para que possamos convocar em cima da hora essas pessoas para que, este domingo, ainda possam ser vacinadas”, admitiu o responsável.
Na quarta-feira, os docentes e não-docentes começaram a receber a convocatória, através de SMS, para receberem a primeira dose da vacina AstraZeneca, e tiveram um dia para responder se pretendem ou não ser vacinados. Caso não o tenham feito ou recusem esta vacina, perdem a prioridade na vacinação.
Por outro lado, o Ministério da Educação assegurou que não perderiam o lugar se, por qualquer motivo, não tiverem sido contactados, aconselhando-os a avisar a direção do respetivo estabelecimento de ensino, para que a escola envie a informação à direção de serviços regional, “a fim de ser elaborada uma lista e enquadrada(s) a(s) situação(ões) numa futura fase de vacinação”.
O processo de vacinação vai decorrer de três formas: nos concelhos onde o grupo de profissionais a vacinar seja inferior a 250 pessoas, será nos centros de saúde, naqueles em que se prevê a vacinação entre 250 e 500 pessoas, o processo será realizado nas escolas e nos locais com mais de 500 pessoas, a escolha recaiu nos Centros de Vacinação Covid.
No primeiro dia, a vacinação dos professores vai ser acompanhada pelo primeiro-ministro, António Costa, que estará acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, pelas 10:30 em Odivelas.
Da parte da tarde, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medida, acompanha o coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação contra a covid-19, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, ao centro de vacinação da Cidade Universitária, inaugurado esta semana.
Também a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vai estar atenta ao primeiro dia do processo há muito tempo reivindicado, e o secretário-geral, Mário Nogueira, acompanhará a vacinação em Coimbra.
Depois desta primeira fase, o processo de vacinação dos profissionais da educação vai continuar a decorrer de forma progressiva durante o mês de abril, acompanhando o processo de desconfinamento.
De acordo com o planeamento da ‘task-force’, os profissionais dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário começam a ser vacinados no fim de semana de 10 e 11 de abril, podendo o processo ser prolongado por mais fins de semana caso haja necessidade.
No total, a ‘task force’ prevê vacinar cerca de 280 mil professores e pessoal não docente desde creches até ao ensino secundário.
Em 10 de março, a Direção-Geral da Saúde incluiu nos grupos prioritários da fase 1 para a vacina contra a covid-19 os professores e o pessoal não docente, do setor público e privado.
A vacinação dos profissionais do pré-escolar e 1.º ciclo deveria ter arrancado no passado fim de semana, mas a suspensão temporária da administração da vacina da AstraZeneca ditou o adiamento do processo.